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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL 271<br />

que a exposição à luz também pode inativar a ação antibacteriana do mel, ação<br />

essa que eles atribuíam à inibina. Ou seja, como depois se verificou, ao peróxido<br />

de hidrogênio. Contudo, mais tarde foram descobertas outras substâncias<br />

antibacterianas, como será visto mais adiante.<br />

Neste ponto, a meu ver cabe uma reflexão sobre o mel dos Meliponíneos. Em<br />

1941, A. Gauhe (apud J. W. White, M. H. Subers & J. Schepartz, 1963 p-58)<br />

descobriu a presença da glucose-oxi<strong>das</strong>e nas glândulas faringeanas da Apis<br />

mellifera. Gauhe, com antecedência sobre outros autores, presumiu que a referida<br />

enzima seria útil à preservação do mel. Essa descoberta é muito importante, pois<br />

significa que são as próprias <strong>abelhas</strong> que inoculam no mel a enzima que vai<br />

produzir o peróxido de hidrogênio (inibina). Como, porém, já foi aqui explicado,<br />

essa enzima perfaz a sua função de produzir peróxido de hidrogênio em mel cujas<br />

caraterísticas físico-químicas e condições de conservação favoreçam essa<br />

produção. Isso ocorre basicamente durante o período de concentração e<br />

amadurecimento do mel, ou em mel artificialmente diluído para fins<br />

experimentais.<br />

Os méis de Meliponíneos, segundo M. Gonnet, E Lavie e Nogueira-Neto (1964<br />

p.3)... "são muito ricos em substâncias antibacterianas, e em certos casos não<br />

encontramos por diluição o limite inferior de sua atividade". Tenho a impressão<br />

que se trata, no caso, da inibina (peróxido de hidrogênio) ou principalmente da<br />

inibina, pois esse antibiótico tem como uma <strong>das</strong> suas caraterísticas, como foi visto<br />

aqui, ter uma atividade maior quando o mel foi diluído. Como já disse, enviei à<br />

França, a M. Gonnet e P. Lavie méis de TIÚBA (M. compressipes),<br />

MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), MANDAGUARI (Scaptotrigona postica),<br />

TUBUNA (S. bipunctata), JATAÍ (Tetragonisca angustula) e IRAI<br />

(Nannotrigona testaceicornis).<br />

É muito importante notar que Abner I. Schepartz & Mary H. Subers (1964-A<br />

pp.231, 234-235) verificaram que a enzima glucose-oxi<strong>das</strong>e reduz nitidamente a<br />

sua atividade no mel, quando o pH está abaixo de 5,5 chegando a quase zero<br />

quando o pH está a 4,0. O pH ótimo para essa enzima, segundo os referidos<br />

pesquisadores é principalmente 6,1. À temperatura de 60°C a glucose oxi<strong>das</strong>e<br />

ficou completamente inativada. A uma temperatura de 50°C essa enzima foi quase<br />

inativada em 20 minutos.<br />

Jonatham W White & Mary H. Subers (1964 pp. 819, 823-828) comprovaram<br />

que um processo de foto-oxidação, resultado da exposição do mel à luz,<br />

principalmente à luz fluorescente, e da presença de um fator sensibilizador ..."é<br />

altamente destrutivo para a inibina" (peróxido de hidrogênio). Contudo, essa<br />

destruição "é maior a um pH 3 e negligível a um pH 6-7" do mel. Segundo esses<br />

autores a enzima glucose-oxi<strong>das</strong>e, a produtora da inibina, em certos méis é muito<br />

sensível à luz. Contudo, em outros méis, constataram que a sensibilidade é menor.<br />

Veja, também,

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