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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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O NÉCTAR, A SEIVA, O MELATO, O MEL E AS SUAS COLHEITAS 257<br />

Os méis mais saborosos<br />

Em relação a Apis mellifera, os melhores méis <strong>das</strong> regiões Sul, Sudeste e<br />

Centro-Oeste da Federação Brasileira, a meu ver são os <strong>das</strong> laranjeiras (Citrus) e<br />

os do assa-peixe (Vernonia polyanthes). Refiro-me ao gosto do mel. No Nordeste<br />

(Mossoró, RN) no entender de Monsenhor Huberto Bruening (1990 p.141), os<br />

méis que se destacam são os de catanduva (Piptadenia moniliformis), de<br />

marmeleiro (Croton spp) e de mofumbo (Combretum leprosum). Este último mel<br />

foi qualificado como excelente.<br />

Como será visto, os méis dos Meliponíneos podem fermentar com certa<br />

facilidade. Para evitar que isso ocorra, é muito importante realizar a colheita em<br />

condições rígi<strong>das</strong> de higiene. Assim, é necessário que sejam previamente lavados<br />

e fervidos os vários tipos de instrumentos utilizados para retirar o mel, bem como<br />

o recipiente em que o mel vai ficar. Pasteurize o mel. Sem esses cuidados, até<br />

mesmo os melhores méis podem se tornar os piores, ou seja, contaminados e/ou<br />

fermentados. Veja o Capítulo 25 sobre "Hábitos anti-higiênicos de certas <strong>abelhas</strong>"<br />

e o Capítulo 27, "Como pasteurizar e conservar bem o mel."<br />

A meliponicultura migratória<br />

A apicultura migratória, com a Apis mellifera, é realizada desde longa data em<br />

muitos países. Basicamente, visa tirar o melhor partido possível de plantas que<br />

florescem em épocas diferentes, em regiões também diferentes. Para os<br />

Meliponíneos, a apicultura migratória é desastrosa, pois quando os apicultores<br />

chegam, com os seus caminhões lotados de colmeias, saturam uma área com as<br />

suas Apis mellifera. Levam o mel e pouco ou nada deixam à economia do lugar,<br />

exceto se houver grandes cultivos que necessitem de polinização. O resultado é<br />

também uma concorrência brutal às <strong>abelhas</strong> nativas e aos apicultores e<br />

meliponicultores locais. Evidentemente falo de um modo geral, mas o problema<br />

existe e é sério. Tive ocasião de tratar do mesmo no 1 o Encontro de Apicultura e<br />

Meliponicultura, em setembro de 1995, no Recife. Aconselhei os Municípios<br />

prejudicados com essa atividade, que põe em perigo os apiários e os meliponários<br />

locais, a regularem a questão através de lei de licenciamento municipal, com taxas<br />

e multas.<br />

O que poucos sabem é existir também a possibilidade de praticar uma<br />

meliponicultura migratória. No Estado do Maranhão, José de Ribamar Silva<br />

Barros e Hans Krogh (1990) deslocaram 25 colônias de TIÚBA {Melipona<br />

compressipes), de São Luiz para o Município de Urbano Santos, a 260 km de<br />

distância. Ficaram instala<strong>das</strong> lá em eucaliptais em florescimento. Ao fim de 150<br />

dias, de 1 o de outubro de 1988 a 15 de maio de 1959, houve um ganho médio de 1<br />

kg por colônia. Como o número de <strong>abelhas</strong> <strong>das</strong> colônias disponíveis de<br />

Meliponíneos é quase <strong>sem</strong>pre bem menor, e considerando-se ainda que o tamanho<br />

<strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> indígenas em geral é também menor, na minha opinião a<br />

meliponicultura

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