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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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O MANEJO DAS RAINHAS 223<br />

tiubas mais mansas, ou menos expertas, as quais sofrem os roubos da sua hóspede<br />

por algum tempo, mas finalmente desconfiam e tomão o partido de se irem<br />

embora." (TIÚBA = Melipona compressipes).<br />

Tive ocasião de verificar, em Luziânia (GO), que em duas de minhas colônias<br />

de URUÇU NORDESTINA {Melipona scutellaris), em diferentes ocasiões havia,<br />

pacificamente integra<strong>das</strong> nessas colônias, um certo número de exemplares de<br />

URUÇU AMARELA. No primeiro caso a colônia estava fraca e pereceu. No<br />

segundo caso, também a princípio as <strong>abelhas</strong> da espécie URUÇU AMARELA<br />

eram poucas, mas depois se tornaram as únicas <strong>abelhas</strong> de uma forte colônia. A<br />

minha interpretação é a seguinte. Uma rainha nova, fecundada, de URUÇU<br />

AMARELA (nesse caso, Melipona rufiventris rufiventris) certamente invadiu a<br />

colônia, medianamente forte, de URUÇU NORDESTINA. A rainha invasora,<br />

agindo solitariamente, teria colocado ó seu feromônio real sobre a rainha da<br />

URUÇU NORDESTINA. Em conseqüência, as próprias operárias Melipona<br />

scutellaris provavelmente mataram a sua rainha e adotaram a rainha invasora<br />

Melipona rufiventris.<br />

Essa substituição interespecífica de rainhas ocorre em certas formigas e foi<br />

denominada por William M. Wheeler (1910 pp.213-215) de "parasitismo social<br />

temporário." E temporário porque depois a colônia se torna totalmente composta<br />

por indivíduos da espécie da rainha invasora. O mesmo acontece com duas<br />

espécies de Bombíneos. Rainhas de Bombus terrestris "freqüentemente" invadem<br />

os ninhos de B. lucorum, matam a rainha dessas colônias e a substituem, segundo<br />

F. W. L. Sladen (1912 pp.57-58). Segundo Vera L. Imperatriz-Fonseca (1977<br />

pp.174-175) na MIRIM DA TERRA {Paratrigona subnuda), uma rainha virgem<br />

da mesma colônia excreta uma substância atrativa para as operárias e a deposita<br />

sobre o corpo da rainha poedeira. Depois as operárias matam a rainha poedeira,<br />

cortando-a em pedaços.<br />

Nos Meliponíneos, provoquei artificialmente com sucesso o parasitismo social<br />

temporário, em três colônias mistas de rainha Plebeia droryana (antes parte de P.<br />

mosquito) e operárias Nannotrigona testaceicornis (Paulo Nogueira-Neto 1950<br />

pp.347-349).<br />

Luiz Juliani (1967 pp.37-38) retirou a rainha poedeira de uma colônia de<br />

Plebeia droryana e a substituiu por uma rainha de Plebeia nigriceps (então<br />

denominada P. julianii pelo Prof. Pe. J. S. Moure). A rainha nigriceps foi aceita<br />

mas to<strong>das</strong> as fêmeas que emergiram <strong>das</strong> células eram rainhas, provavelmente<br />

devido ao maior tamanho <strong>das</strong> células construí<strong>das</strong> pelas P. droryana. José Alves<br />

Rezende (1967) fez com sucesso uma colônia com rainha P remota e operárias P.<br />

droryana.<br />

Minhas antigas orienta<strong>das</strong> Maria Augusta Cabral de Oliveira e Vera Lucia<br />

Imperatriz-Fonseca (1973) estabeleceram, também com sucesso, uma colônia<br />

mista desse tipo com rainha Plebeia saiqui e operária Plebeia droryana. Dora<br />

Lemason N. da Silva (1977 pp.70-72, 82, 92) foi bem sucedida, respectivamente,<br />

ao formar colônias mistas com rainha

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