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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS RAINHAS, AS OPERÁRIAS E OS MACHOS 85<br />

pousados em pequenos números, nas paredes externas de colméias de suas<br />

respectivas espécies.<br />

Ao contrário do que acontece com os zangãos de Apis mellifera, os<br />

machos dos Meliponíneos se alimentam também nas flores (W. E. Kerr, 1951<br />

p.226 e Nogueira-Neto, citado por Kerr op. cit.). Além disso, trabalham com<br />

cerume e desidratam néctar (V L. Imperatriz Fonseca, 1973 p.635-637). Também<br />

incubam células de cria, defendem o ninho e seguem pistas de odor (W. E. Kerr,<br />

1990). A meu ver algumas dessas atividades, como trabalhar com cerume e<br />

defender o ninho, devem ser apenas eventuais, pois os machos não substituem<br />

basicamente as operárias nas colônias. Uma colônia de zangãos não seria viável,<br />

mesmo se a rainha permanecesse na mesma. ,<br />

Às vezes há machos gigantes, criados em células reais (Nogueira-Neto,<br />

1951 p-75). Posteriormente, muitos outros autores também viram esses machos.<br />

Edouard Drory (1872 p.203) descobriu que numa colônia de MANDURI<br />

(M. marginata) os machos secretam cera. Esse fato foi confirmado, a começar por<br />

Warwick E. Kerr e Nogueira-Neto, (in Nogueira-Neto, 1951 p.74), e depois<br />

também por outros pesquisadores.<br />

João Pedro Cappas e Sousa (1995 p. 3-4), descobriu que em Portugal um<br />

certo número de machos da MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata) apresenta<br />

corbícula nas tíbias <strong>das</strong> patas traseiras e pode, ali, carregar polem! Apresentou<br />

uma fotografia mostrando esse fato. Isso constitui uma <strong>das</strong> descobertas mais<br />

inespera<strong>das</strong> realiza<strong>das</strong> em relação aos Meliponíneos. Normalmente, só as<br />

operárias possuem corbícula.<br />

A idade e a cor de operárias e machos<br />

Para o meliponicultor é importante saber que nas operárias e nos machos a<br />

cor <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> novas é bem diferente da coloração <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> mais velhas. M.<br />

de Reaumur (1740 p.525-530), em relação à Apis mellifera já observara que os<br />

indivíduos novos têm pelos mais claros. H. J. Hockings (1884 p.154) notou, na<br />

Austrália, que nas espécies de Meliponíneos KARBI (hoje Tetragonula<br />

carbonaria (Smith)) e KOOTCHAR (hoje Austroplebeia australis (Friese))<br />

muitas e muitas <strong>abelhas</strong> são brancas quando emergem <strong>das</strong> células de cria, mas<br />

depois escurecem. Ao fim de uma <strong>sem</strong>ana, aproximadamente, "são tão negras<br />

como as outras" (<strong>abelhas</strong> mais velhas). Na minha opinião seria melhor dizer que<br />

esse escurecimento, geral nas operárias e machos, estabiliza-se depois de certa<br />

idade. H. Stadelman (1895 p.621), confirmado depois por H. F. Schwarz (1948<br />

p.68-69), afirmou que as diversas partes do corpo de uma abelha (cabeça, tórax e<br />

abdome) escurecem com rapidez diferente.<br />

Em resumo, os exemplares mais jovens dos Meliponíneos têm uma<br />

coloração bem mais clara que os exemplares mais velhos, que já atingiram sua cor<br />

definitiva.

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