11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS 377<br />

Trata-se de Coleópteros pertencentes à família Liodidae e ao gênero Scotocryptus<br />

e Scotocryptodes (Cleide Costa, Sérgio Vanin, Sônia A. Casari-Elien, 1988p.87-<br />

88)<br />

Esses simpáticos bichinhos são simples inquilinos inofensivos, vivendo<br />

unicamente como hóspedes de Meliponíneos. M. Girard (1875 p-571) foi o<br />

primeiro entomologista a escrever sobre eles. J. Mariano-Filho (1911 p.54)<br />

descobriu que são transportados para longe agarrando-se às <strong>abelhas</strong> antes delas<br />

voarem. Confirmei. (Nogueira-Neto 1949 p.23).<br />

Os Scotocryptus vivem de detritos <strong>das</strong> colônias de Meliponíneos e são<br />

freqüentemente vistos sobre os depósitos de "lixo" <strong>das</strong> colônias. Devido ao<br />

interesse que possuem como curiosidade, ou como objeto de estudo, devem ser<br />

transferidos para a nova colmeia, quando as <strong>abelhas</strong> recebem uma outra casa. Para<br />

que sobrevivam a essa transferência, porém, é necessário colocar na nova colmeia<br />

depósitos de detritos da velha habitação. Apesar disso, não é fácil conseguir que<br />

os Scotocryptus se mantenham numa colmeia nova. O melhor é mudá-los para<br />

uma colmeia já em uso há algum tempo, com <strong>abelhas</strong> da mesma espécie com a<br />

qual os Scotocryptus conviviam. Mas mesmo assim, no final não se adaptaram ao<br />

novo ninho, nos casos que observei.<br />

Contudo, José M. D. Bezerra & Rui C. Peruquetti (1994 p. 285) notaram que<br />

em ninhos de Melipona quadrifasciata houve uma excelente adaptação entre as<br />

<strong>abelhas</strong> hospedeiras e os Scotocryptus spp. Havia uma proporção de 1:1 entre os<br />

machos e fêmeas desses pequenos besouros. Os machos são menores, mais leves e<br />

possuem tufos de pelos amarelos nos tarsos do 1 o e do 2 o par de pernas. Tanto<br />

machos como fêmeas "são capazes (apesar de cegos) de diferenciar o sexo, a<br />

casta, a idade da abelha e o local para sua fixação". Esse local são as corbículas<br />

<strong>das</strong> hospedeiras, onde se fixam para o seu transporte. Veja também David W.<br />

Roubik e Quentin D. Wheeler (1982).<br />

Há diversos outros besouros hóspedes de Meliponíneos. Aqui serão<br />

relacionados apenas os principais. Entre eles estão o Coleóptero africano<br />

Cleidostethus meliponae Arrow, descoberto por S. Alinder. Também é cego e não<br />

tem asas. Destacam-se, na Austrália, o besouro Nitidulideo Brachypelus e o<br />

Tenebrionideo Tribolium, vistos por J. O. Westwood, A. M. Lea e Tarlton<br />

Rayment (sobre tudo isso, veja os trabalhos de George Salt, 1929 pp. 452-454,<br />

463, 467 e de Tarlton Rayment, 1932 pp.40-42).<br />

Na África, em Angola, Virgílio Portugal-Araújo (1957 p.303) observou que um<br />

pequeno Coleóptero da família dos Nitidulideos, do gênero Neocyphotaelops, é<br />

uma grande praga nas colônias de Meliponíneos. Põe ovos nos potes de polem. As<br />

larvas que nascem desses ovos podem fazer um estrago <strong>sem</strong>elhante ao <strong>das</strong> larvas<br />

dos Forídeos, inclusive matando colônias. Esse besouro, na fase adulta, é escuro<br />

ou preto, parecido com uma joaninha, segundo também Portugal-Araújo (op.cit.).<br />

Desejo salientar que esse besouro não existe nas Américas. Contudo, estão aqui<br />

presentes Colaslus hilaris Murray, Brachypeplus auritus Murray, B.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!