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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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330 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

preciso notar, também, que nas colônias selvagens de Apis mellifera L. "a<br />

incidência de enfermidades geralmente parece ser baixa em relação às colônias<br />

dos apicultores"; uma <strong>das</strong> causas poderia ser a maior proximidade <strong>das</strong> colônias<br />

nos apiários (L. H. Bailey, 1959 p.92-95).<br />

O Dr. H. von Ihering não viu apenas colônias recém-captura<strong>das</strong>. Esse autor<br />

(1903 = 1930 p.438) pôde "... completar ainda tais estudos com a observação de<br />

ninhos mantidos em colmeias...". Começou a estudar os Meliponíneos em 1880-<br />

1881, em Taquara do Mundo Novo e em outras regiões do Rio Grande do Sul (H.<br />

von Ihering, 1903 = 1930 pp.438-439), "lutando, porém, <strong>sem</strong>pre com escassez de<br />

material", nessa fase do início de sua carreira científica. Nessa época exercia<br />

também sua profissão de médico. Foi Diretor do Museu Paulista, onde estudou<br />

entre outros animais as <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong> ferrão, estas principalmente no que<br />

se refere aos seus ninhos. Durante a guerra de 1914-1918, perdeu o seu cargo.<br />

Depois regressou à Alemanha. Deixou aqui o seu filho, o também grande<br />

naturalista Rodolfo von Ihering, autor do notável Dicionário dos Animais do<br />

Brasil. Esse Dicionário influenciou muito, a mim e ao Professor Warwick Kerr,<br />

para que estudás<strong>sem</strong>os os Meliponíneos. Sobre a interessante e produtiva vida do<br />

Dr. Hermann von Ihering, sugiro ler a biografia escrita por E. H. Cordero (1951).<br />

Em resumo, as palavras do Dr. Hermann von Ihering sobre falhas nos favos de<br />

cria, levam a duas conclusões: A - Ele não observou a presença de cria morta; B -<br />

As "passagens" nos favos poderiam ser causa<strong>das</strong> por células que falharam tarde.<br />

As observações do Dr. José Mariano-Filho<br />

J. Mariano-Filho (1911 p-51) escreveu: "A geléia nutritiva depositada no fundo<br />

da célula para alimentação da larva, é muito sujeita à fermentação, principalmente<br />

durante os meses úmidos do inverno. Esse fato traz como conseqüência imediata a<br />

destruição completa do favo e a remoção da geléia alterada e bem assim <strong>das</strong> larvas<br />

mortas para fora da colmeia." Esse fato foi observado por ele várias vezes na<br />

Melipona scutellaris (trata-se da URUÇU NORDESTINA).<br />

A "destruição completa", de um favo com larvas nunca foi observada por mim<br />

nem sequer nas colônias de URUÇU NORDESTINA (M. scutellaris) que recebi<br />

no Estado de São Paulo vin<strong>das</strong> da Bahia, de Sergipe e de Alagoas. Contudo, na<br />

MANDAÇAIA (M. quadrifasciata) já vi a "destruição", ou seja, a morte de larvas<br />

novas ou embriões, em cerca de 80-90% <strong>das</strong> células e favos de cria, o que será<br />

comentado mais adiante. Mas não vi a "fermentação". A referência à "geléia<br />

alterada" indica que as células de cria vistas por Mariano-Filho ainda continham<br />

alimentos. Portanto, os ocupantes dessas células não eram pré-pupas. Pode ser que<br />

se tratasse de um fato de ocorrência local. A menção aos "meses úmidos do<br />

inverno" mostra que a observação foi feita no Nordeste

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