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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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380 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

graxa. Segundo a Enciclopédia Britannica (1992, v.2, p.939), o óleo de rícino às<br />

vezes é usado como purgante, mas pode ser nocivo. É uma advertência. Guarde a<br />

graxa, o óleo de rícino e a mistura de ambos, fora do alcance de crianças e de<br />

animais domésticos.<br />

Já me referi aqui a formigas que se estabelecem junto aos ninhos de muitos<br />

Meliponíneos, numa vizinhança associada praticamente pacífica, se não for<br />

perturbada pelo meliponicultor. Quero agora mencionar Meliponíneos que fazem<br />

o contrário, ou seja, são eles que se estabelecem no interior do ninho de certas<br />

formigas, ocupando para seu uso exclusivo uma parte do formigueiro. São<br />

também vizinhos tolerados e associados desde que os ninhos contíguos não sejam<br />

rompidos por pessoas e outros predadores. Havendo um rompimento dos ninhos,<br />

formigas e <strong>abelhas</strong> se misturam e lutam entre si. São associados apenas como<br />

vizinhos autônomos. Não são inquilinos uns dos outros.<br />

O primeiro caso de ninho de um Meliponíneo ocupando parte de uma habitação<br />

de formigas, foi relatado por Joseph C. Bequaert em 1943 (in H. F. Schwarz, 1948<br />

p.16). Tratava-se do ninho de uma formiga agressiva, Dolichoderus bispinosus<br />

(Olivier) construído com um tecido de material fibroso. Estava suspenso num<br />

arbusto, em Muzo, Boyaca, Colômbia. Aparentemente essas formigas ocuparam o<br />

ninho de outra espécie de formiga. Em parte dessa habitação estava a nidificação<br />

de uma colônia de um Meliponíneo do grupo Paratrigona, chamado aqui<br />

M1RIM-SEM-BRILHO. No referido caso tratava-se da Paratrigona opaca (para<br />

H. F. Schwarz: T. (P.) opaca).<br />

Noel Kempff-Mercado era um amigo meu, grande naturalista boliviano, morto<br />

covardemente por narcotraficantes quando visitava um Parque Nacional que hoje<br />

tem o seu nome. Presto aqui uma homenagem à sua memória. Como ia dizendo,<br />

Kempff-Mercado (1962) a meu ver foi o primeiro a descrever uma associação<br />

obrigatória, entre um Meliponíneo (Trigona compressa) e uma formiga<br />

(Crematogaster stolli Forel). São duas espécies que formam colônias-grandes.<br />

Kempff-Mercado (op.cit.) estimou que os ninhos de Trigona compressa tenham<br />

de 10.000 a 15.000 indivíduos, mas as formigas são de 2 a 3 vezes mais<br />

numerosas. O convívio entre as duas espécies é harmônico, segundo anotou o<br />

referido autor. É interessante notar que o ninho dessas formigas envolve o ninho<br />

dessas <strong>abelhas</strong>, exceto evidentemente na entrada. Ambos estão dentro de um oco<br />

de árvore. Noel Kempff-Mercado salientou que todos os ninhos de Trigona<br />

compressa que encontrou, estavam <strong>sem</strong>pre associados a ninhos da formiga<br />

Crematogaster stolli. As observações foram realiza<strong>das</strong> na Bolívia, onde a T.<br />

compressa é chamada de SOMBRA DE SUCHA. Todos esses dados são de Noel<br />

Kempff-Mercado (op.cit.).<br />

Warwick E. Kerr, Shoichi F. Sakagami, Ronaldo Zucchi, Virgílio Portugal-<br />

Araujo & João M. F. Camargo (1967 p.263-269) na região de Manaus<br />

descreveram um ninho de Trigona cilipes cilipes Fab. que "estava embutido<br />

dentro de um formigueiro" <strong>das</strong> agressivas Asteca sp. A habitação

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