11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

388 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

Encruzilhada, Renato Barbosa perdeu 6 colônias de URUÇU NORDESTINA<br />

(Melipona scutellaris), em poucas <strong>sem</strong>anas, devido a ataques de lagartixas da<br />

espécie Tropidurus hispidus (identificada pelo Prof. Dr. Paulo E. Vanzolini). No<br />

Estado do Espírito Santo, Vania Alves Nascimento (1996 p.4l), na sua importante<br />

monografia sobre a URUÇU PRETA (M. capixaba) assinalou como inimigas a<br />

Tropidurus torquatus e "outras lagartixas".<br />

Nos Estados de S.Paulo e Goiás, nos meus meliponários, freqüentemente<br />

encontro lagartixas debaixo <strong>das</strong> telhas <strong>das</strong> colmeias. Quase nunca, porém, as vi<br />

atacando <strong>abelhas</strong>, mas isso não significa que elas sejam <strong>sem</strong>pre inocentes. E<br />

também comum encontrar lagartixas debaixo de telhas que cobrem colmeias<br />

"iscas", <strong>sem</strong> <strong>abelhas</strong>, vazias. Nunca precisei matar lagartixas. Parece-me que nos<br />

Estados de São Paulo e Goiás, elas não representam um perigo sério para as<br />

colônias, ao contrário do que ocorre no Nordeste brasileiro. Essa diferença de<br />

comportamento é certamente devida ao fato de se tratar de espécies distintas de<br />

lagartixas. A do Sudeste e Planalto Central é a africana Hemidactylus mabuia. A<br />

que vi no Recife é uma espécie nativa, que me foi mostrada por Renato Barbosa.<br />

Um exemplar morto foi identificado pelo Prof. Dr. Paulo Vanzolini como<br />

Tropidurus hispidus (Spix, 1825).<br />

A favor <strong>das</strong> lagartixas do Brasil Central e do Sudeste, quero lembrar também<br />

que freqüentemente vejo, debaixo <strong>das</strong> telhas que cobrem as colmeias, alguns<br />

jovens e pequenos exemplares desses animais. Sua boca é demasiado diminuta<br />

para capturar <strong>abelhas</strong> grandes. Estão ali apenas para pegar insetos de menor<br />

tamanho, ou simplesmente para passar o dia bem abriga<strong>das</strong> e escondi<strong>das</strong>. Seus<br />

hábitos parecem ser principalmente noturnos.<br />

As aves<br />

G. Soares de Souza (1587 = 1938 p.278) escrevendo na Bahia, no século do<br />

descobrimento, disse que o pica-pau uapicú ataca os ninhos de <strong>abelhas</strong><br />

(indígenas). Mais tarde, H. C. Dent (1886 p.89), E. L. Holmberg (1887 p.256) e<br />

H. von Ihering (1903 = 1930 p.690) acusaram novamente os pica-paus (Família<br />

Picidae).<br />

Auguste de Saint Hilaire (1830 = 1938, 2 p.304) também notou que diversas<br />

aves são inimigas <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> indígenas. Depois, outros autores fizeram<br />

observações <strong>sem</strong>elhantes. Assim, por exemplo, Leonardo Castello-Branco (1845<br />

p.60) citou os bentevis. C. Raveret-Wattel (1875 p.753) referiu-se ao gênero<br />

Tyranus, que compreende os simpáticos siriris e bentevis, além de outras espécies.<br />

Duas vezes, em Cosmópolis (SP) meus auxiliares viram pica-paus atacarem<br />

algumas colônias minhas. Destas, nenhuma pereceu. E claro que se a madeira <strong>das</strong><br />

colmeias estivesse podre, o resultado do ataque teria sido desastroso. Na Fazenda<br />

jatiara, em Luziânia (GO) devido ao ataque de pica-paus perdi várias colônias que<br />

ainda estavam em troncos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!