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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A SAMORA/SABURÁ (POLEM), OS ÓLEOS FLORAIS E AS PROTEÍNAS ANIMAIS 243<br />

A ação dos microorganismos na samora/saburá (polem)<br />

Em 1955, num trabalho meu que se extraviou e só recentemente reencontrei,<br />

relatei uma série de experimentos que fiz sobre uma possível ação antibiótica<br />

existente no polem colhido por Meliponíneos, no polem estocado e no alimento<br />

larval. Usei um meio de cultura preparado na Usina Ester pelo Eng. Agr. João Paz<br />

Herman. Procurei cultivar amostras desses produtos em tubos de ensaio com um<br />

meio de cultura apropriado, contendo ágar-ágar (fórmula Hansen). Os Engs. Agrs.<br />

Ahmes Pinto Viegas e Cyro Gonçalves Teixeira, do Instituto Agronômico de<br />

Campinas (SP) isolaram fungos e fermentos que cresceram nesse meio de cultura<br />

e os remeteram a especialistas para identificação. Acidentes de viagem destruíram<br />

muitas amostras.<br />

Em 4 amostras de polem armazenado apareceram culturas de microorganismos,<br />

mas tal não ocorreu em outros 2 tubos de ensaio. Isso significaria que alguns<br />

microorganismos podem se desenvolver no polem guardado nos potes dos ninhos<br />

de Meliponíneos, mas outros não. Esse fato parece indicar a existência de<br />

substâncias antibióticas. É necessário, porém, lembrar que cada meio de cultura é<br />

apropriado ao crescimento de certos microorganismos, mas não ao<br />

desenvolvimento de outros. No caso, usei apenas o mesmo meio de cultura, e este<br />

favoreceu o crescimento de levedos e fungos.<br />

David Roubik (1989 p. 228) no seu excelente livro sobre <strong>abelhas</strong> tropicais,<br />

comentando o trabalho de outros autores, como CG. Jones e J.O. Machado, disse<br />

que ..."pelo menos para algumas espécies a presença de micróbios é benéfica e<br />

pode até ser essencial".<br />

José Otávio Machado (1971) observou a presença de uma nova espécie de<br />

bactéria, no polem e no alimento larval de colônias de Melipona quadrifasciata<br />

(MANDAÇAIA). É escassa no mel. Deu a essa bactéria o nome de Bacillus<br />

meliponotrophicus. Afirmou que o antibiótico estreptomicina impede o<br />

crescimento <strong>das</strong> populações do referido Bacillus (efeito bacteriostático). Quando<br />

uma colônia de M. quadrifasciata recebeu alimentação de xarope com<br />

estreptomicina, a partir daí as <strong>abelhas</strong> destruíram as células de cria nova. Em um<br />

mês a colônia pereceu. J.O. Machado (op. cit.) concluiu que "o tipo de simbiose<br />

entre Melipona quadrifasciata anthidioides e o Bacillus meliponotrophicus parece<br />

ser de caráter obrigatório".<br />

Devo dizer que em 1957 e 1958, empreguei muito o sulfato de<br />

dihidroestreptomicina, na dose de 200-250 mg desse produto, dissolvidos em 200-<br />

250 ml de xarope de água com açúcar. Usei para combater a Mortalidade da Fase<br />

de Transição, em colônias de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata). Não houve<br />

praticamente um efeito positivo na redução dessa mortalidade, com esse<br />

tratamento. Contudo, as colônias permaneceram vivas (Nogueira-Neto, 1970<br />

pp.270-272). Assim, seria interessante rever a conclusão de J. O. Machado, que<br />

talvez tenha validade apenas em certas circunstâncias especiais. Em outro trecho<br />

do seu

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