11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

346 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

da célula, fim infestações maiores, onde áreas extensas do favo eram atingi<strong>das</strong>, era<br />

comum se encontrar restos de alimento larval ressecado...". O referido autor<br />

também se referiu (p.105) a "uma grande infestação de fungos ocorrida dentro <strong>das</strong><br />

células de cria". Portanto tudo indica que se trata de contaminação do alimento<br />

larval, atingindo indiretamente e matando ovos e larvas novas <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>. As<br />

colônias examina<strong>das</strong> eram procedentes de São João do Piraiba, NE do Pará.<br />

Contudo, as observações sobre o fungo Geotrichum foram realiza<strong>das</strong>,<br />

aparentemente, em Ribeirão Preto (SP), para onde levaram as colônias (op.cit. p.<br />

7,8,52).<br />

Na GUARUPU (Melipona bicolor bicolor) tenho visto com freqüência que<br />

células novas são abertas pelas <strong>abelhas</strong> e assim permanecem por algum tempo,<br />

com restos secos de alimento larval. Segundo informação pessoal da Professora<br />

Vera L. Imperatriz-Fonseca, é possível que as células tenham ficado abertas em<br />

épocas de conflitos de dominância. Por outro lado, o Professor Ronaldo Zucchi (in<br />

Nogueira-Neto, 1970 p.66) referiu-se à necessidade de haver <strong>sem</strong>pre água nas<br />

colmeias que abrigam colônias dessa abelha. Na minha última colônia dessa<br />

espécie, a situação parecia perdida quando resolvi mudar essas <strong>abelhas</strong> da Capital<br />

Paulista para Campinas (SP). Passei a manter a colmeia dentro de um caixote de<br />

proteção, desde então envolta em serragem seca. Coloquei freqüentemente, no<br />

interior da colmeia, um meio-copo plástico contendo algodão e água, a fim de<br />

umedecer o ambiente dentro da colmeia. Surpreendentemente, a colônia se<br />

recuperou e os favos de cria passaram a evoluir mais favoravelmente da fase de<br />

células com cerume, para a fase de células com casulos. Tenho a impressão de que<br />

se pudesse fornecer água com maior freqüência, a situação seria ainda melhor.<br />

Levanto aqui uma hipótese: talvez a mudança <strong>das</strong> condições ambientais tenha<br />

impedido uma infestação de fungos <strong>sem</strong>elhante à verificada por Giorgio C.<br />

Venturieri (1991 p.52-53) em Melipona puncticollis. Infelizmente, porém, alguns<br />

meses após a melhora havida, a rainha poedeira morreu. Não foi substituída, nem<br />

apareceram operárias poedeiras. A colônia pereceu meses depois, <strong>sem</strong> fazer<br />

nenhuma célula de cria nova. A espécie não era nativa na região. Depois de um<br />

período inicial favorável, talvez devido a um estresse ecológico, não houve<br />

fecundação de uma nova rainha. Aliás nunca vi nessa colônia outra rainha, virgem<br />

ou fecundada.<br />

A postura infértil<br />

Na JATAÍ (Tetragonisca angustula), na URUÇU NORDESTINA (M.<br />

scutellaris), na JANDAÍRA ALARANJADA DE MANAUS (M. <strong>sem</strong>inigra<br />

merrillae), na TIÚBA (M.. compressipes ) e na URUÇU AMARELA DO<br />

PLANALTO CENTRAL (M. rufiventris rufiventris) às vezes tive rainhas que a<br />

partir de certo momento passaram a por somente ovos dos quais não nasceu larva<br />

nenhuma. A conseqüência óbvia foi a morte da colônia.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!