11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COMO FORTALECER AS COLÔNIAS 197<br />

modificações, foram adaptados e usados pioneiramente pelo Prof. David Said<br />

Aidar, no Depto de Biociências da Univ. Federal de Uberaba. A meu ver podem<br />

vazar devido a mudanças na pressão atmosférica exterior, caso não haja uma<br />

retirada constante de xarope pelas <strong>abelhas</strong>.<br />

Há também alimentadores coletivos. Monsenhor Huberto Bruening (1990<br />

pp.44, 79-83) relatou a sua invenção em Mossoró (RN), de um "bebedouro de<br />

ripas", boiando numa bandeja de 40 x 40 cm x 5 cm (profundidade). É capaz de<br />

alimentar rapidamente numerosas <strong>abelhas</strong>. Sobre o xarope há uma "jangada<br />

flutuante, de ripas finas, justapostas, separa<strong>das</strong> por frestas estreitinhas que<br />

permitem a passagem folgada da língua, mas não da cabeça <strong>das</strong> jandaíras. Deve<br />

ser de madeira leve, que bóie bem, <strong>sem</strong> impregnar-se de água. Importante é que<br />

essas ripas sejam chanfra<strong>das</strong>, <strong>sem</strong> arestas ou quinas vivas, formando rampa para o<br />

xarope". O bebedouro deve ficar distanciado do meliponário entre 10 e 15 m,<br />

<strong>sem</strong>pre "no mesmo local". Alguém deverá ficar de vigia, "para evitar surpresas<br />

desagradáveis. Em caso de lambuzeira ou meleira é só cobrir tudo com folhas<br />

secas e as <strong>abelhas</strong> bem depressa ficarão no enxuto. O maior problema <strong>sem</strong> dúvida<br />

é a intromissão <strong>das</strong> famintas africanas". Aconselha a alimentar à tarde. ..."se o<br />

número de africanas passar de meia dúzia o controle está perdido... começam a<br />

distribuir ferroa<strong>das</strong> a torto e a direito". O "vigia" deve, nesse esquema, matar as<br />

africanas que forem chegando, para evitar o seu acúmulo. Para isso, recomendava<br />

usar uma varinha. Depois, mergulhava a... "varinha na água para lavá-la e assim ...<br />

não irritar outras africanas". Mons. Huberto Bruening concluiu dizendo que "logo<br />

que houver comida natural no campo... acabou-se o interesse pelo xarope. Não<br />

bebem". Isso em Mossoró (RN). A meu ver, matar <strong>abelhas</strong> é um recurso extremo,<br />

que nesse caso pode ser evitado com o uso de alimentadores dentro da colmeia.<br />

No Laboratório de Abelhas, no IB-USP, quando certa colônia forte de URUÇU<br />

NORDESTINA (M. scutellaris) era alimentada, logo consumia todo o xarope<br />

posto na colmeia. Em seguida pilhava o xarope de colônias fracas de GUARUPU<br />

(M. bicolor). Foi necessário dar xarope em horários, diferentes (informação<br />

pessoal da Profa. Vera L. Imperatriz-Fonseca).<br />

O Prof. Warwick Kerr, segundo tive ocasião de ver no início dos anos 1980 em<br />

São Luiz, no Maranhão, também empregava lá um bebedouro coletivo, dentro de<br />

uma caixa ou antiga colmeia, colocada perto <strong>das</strong> colmeias em uso. O Professor<br />

Warwick Kerr (informação pessoal) ainda utiliza bebedouros coletivos, quando<br />

falta néctar na Natureza. Usa alimentadores internos "de vários tipos apenas nas<br />

colônias fracas e no primeiro mês após a divisão".<br />

A meu ver, em geral os bebedouros coletivos não são convenientes, seja devido<br />

ao difícil e perigoso problema <strong>das</strong> africanas, seja porque poderiam incentivar<br />

pilhagens e provocar situações de estresse. Contudo, no caso do saudoso Mons.<br />

Huberto Bruening, seria muito difícil alimentar individualmente centenas de<br />

colônias de JANDAÍRA NORDESTINA (M. subnitida), embora seja também<br />

uma tarefa árdua livrar-se <strong>das</strong> africanas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!