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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS MORTALIDADES DA CRIA 341<br />

Por outro lado, separa-se da loque européia por ocorrer esta em larvas mais novas,<br />

com 4-5 dias de idade e também pela falta de odor pútrido na MFT. Ambas loques<br />

são enfermidades da Apis mellifera. Veja Leslie Bailey (1963 p. 123-139).<br />

O exame da cria morta constituída por larvas jovens da URUÇU AMARELA<br />

DO MARANHÃO (M.. rufiventris subsp.). lanas de idade mediana de<br />

MANDAGUARI (S. postica) e pré-pupas ou larvas grande de MANDAÇAIA (M.<br />

quadrifasciata) que enviei de Campinas (SP) ao Dr. L. Bailey. na Inglaterra, não<br />

demonstrou a presença de microorganismos patogênicos. Essa cria adquiriu mofo,<br />

depois de coletada, mas acredito que isso não tenha prejudicado o exame, pois<br />

aparentemente o Dr. Bailey não deu importância a esse fato. Ao enviar os<br />

resultados, nem se referiu ao mofo. Sobre as amostras recebi<strong>das</strong>, disse:<br />

"certamente não há nada que se as<strong>sem</strong>elhe a infecções na abelha melífica<br />

(honeybee) embora possam haver infecções específicas de vírus as quais não sou<br />

capaz de detectar".<br />

A idade da cria morta, a resistência da sua epiderme, a falta de efeito curativo<br />

ou preventivo do sulfato de dihidroestreptomicina e principalmente a ausência de<br />

bactérias causadoras da loque européia e a inexistência de odor de podridão,<br />

constituem indícios de que a mortalidade da fase de transição por mim observada<br />

não era a loque européia. A meu ver talvez fosse um tipo de cria sacciforme<br />

dependente de condições ambientais. Na Apis mellifera, essa doença é causada por<br />

um vírus. Trata-se de enfermidade que H. H. Laidlaw Jr. (1955 p.91) achou<br />

prevalecente na área de Piracicaba (SP) em colônias da abelha européia.<br />

Em Portugal, o pesquisador João Pedro Cappas e Sousa (1992 p.57) escreveu<br />

que ... "nos Meliponíneos existe a mortalidade na fase de transição; não se trata de<br />

uma doença, mas sim cie um reajuste do equilíbrio feromonal da colônia, o que<br />

leva as obreiras a abortarem a cria da casta indesejada. A cria de macho é abortada<br />

mais cedo, porque elas sabem distinguir os ovos fecundados dos outros. Porém a<br />

cria de fêmeas somente se define na fase de transição ou de pré-pupa. Isso<br />

acontece com muita freqüência nas formigas e noutros insetos sociais". O referido<br />

autor me enviou uma fotografia onde aparecem claramente larvas grandes ou prépupas<br />

de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata) com áreas do corpo branco<br />

enegreci<strong>das</strong>, necrosa<strong>das</strong>, aparentemente devido a mordi<strong>das</strong>. Essa fotografia foi<br />

publicada (Cappas e Sousa, 1995 p.4). Ela confirma o que o referido autor<br />

escreveu sobre o modo pelo qual essas larvas grandes ou pré-pupas morreram, ou<br />

seja. mordi<strong>das</strong> por <strong>abelhas</strong> adultas.<br />

Na minha opinião atual (1997) a matança observada por J, P Cappas e Sousa<br />

(1992 p.57) deve ser a causa principal ou uma <strong>das</strong> principais da mortalidade da<br />

fase-de-transição. E necessário, porém, ter cuidado para não confundir essa<br />

mortalidade com a matança de machos diplóides. Km relação a estes veja o<br />

Capítulo 5, sobre "A questão dos machos

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