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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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228 A ORFANDADE<br />

Ainda com relação à existência de obreiras-rainhas-poedeiras, fecunda<strong>das</strong> ou<br />

não, em colônias de Meliponíneos, é necessário investigar mais a estrutura dos<br />

ovários e de seus ovaríolos, nas operárias dessas <strong>abelhas</strong>. Essa estrutura pode<br />

variar de uma espécie para outra.<br />

Na MARMELADA AMARELA ou BREU {Frieseomelitta varia) não foi<br />

constatada a presença de operárias poedeiras. Isso foi verificado por Yoko Terada<br />

(1974 pp.59-65, 81-82, 88) em colônias órfãs e também em colônias fortes com<br />

rainhas ou em vias de enxamear. Confirmo.<br />

Também numa MARMELADA NEGRA (Frieseomelitta languida) as<br />

operárias "...não desenvolvem seus ovários, seja na presença ou na ausência da<br />

rainha". Apenas houve "...alguns poucos casos de ovaríolos individualizados".<br />

Somente havia um único ovócito presente e este não prosseguiu na fase de<br />

vitelogênese, passando apenas pelas fases anteriores. Em resumo, o ovo não<br />

chegou a ser formado. Essas observações foram feitas durante os estudos e<br />

experimentos realizados na Frieseomelitta languida por Marina A. S. Staurengo<br />

da Cunha, Giselda M. Gomes e Lucio A. de Oliveira Campos (1986 pp.1725,<br />

1730). Márcia de Fátima Ribeiro (1989), na mesma abelha, referiu-se à<br />

"esterilidade permanente <strong>das</strong> operárias". Essa autora fez, na sua dissertação de<br />

mestrado, muitas observações valiosas sobre essa espécie, inclusive sobre<br />

produção de rainha, relações rainhas-operárias, etc.<br />

Obviamente, nas espécies onde não há nas operárias um desenvolvimento de<br />

ovários, não haverá também obreiras-rainhas ou operárias poedeiras de qualquer<br />

tipo.<br />

Na espécie MANDAGUARI ou CANUDO (Scaptotrigona postica), Marina A.<br />

Staurengo da Cunha (1977 pp.206-208) verificou que as operárias apresentam 4<br />

ovaríolos em cada um dos seus 2 ovários. No estágio de vida IV quando podem<br />

ser vistos os óvulos, em cada operária se desenvolve 1 ovaríolo em cada ovário,<br />

ou apenas 1 ovaríolo em um dos ovários. Nunca foram vistos 2 óvulos no mesmo<br />

ovário. Esses óvulos, se forem do tipo funcional (reprodutivo) poderão produzir<br />

machos, conforme o Prof. Dr. Darwin Beig verificou em 1972. Outros detalhes<br />

poderão ser vistos no livro "Algumas estratégias ecológicas dos Meliponíneos<strong>abelhas</strong><br />

tropicais e subtropicais <strong>sem</strong> ferrão". Essas operárias poedeiras não<br />

poderão ser considera<strong>das</strong> como obreiras-rainhas-poedeiras-fecunda<strong>das</strong>, na<br />

classificação de Cappas e Souza (1992 pp.58-59) pois durante a sua vida somente<br />

põem 1 ou 2 ovos, o que é muito pouco para uma rainha.<br />

Há, porém, espécies de Meliponíneos que possuem até 10 a 15 ovaríolos por<br />

ovários. E o caso <strong>das</strong> rainhas de Lestrimelitta limao, segundo S. F. Sakagami<br />

(1982 p.377). Contudo, W. Engels e V L. Imperatriz Fonseca (1990 pp.211-21)<br />

consideraram normais para operárias e rainhas nos Meliponíneos a presença de 4<br />

ovaríolos por ovários. Segundo a Profa. Vera L. Imperatriz-Fonseca (informação<br />

pessoal) a IRAI (Nannotrigona testaceicornis) tem 8 ou mais ovaríolos.

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