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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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338 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

for a sua causa, pois é difícil ou até mesmo impossível identificar a sua origem<br />

exata.<br />

É preciso notar que freqüentemente a mesma colônia apresenta favos de cria<br />

com muitas falhas, e outros favos com poucas ou até praticamente <strong>sem</strong> falhas. O<br />

aumento ou a diminuição do número de falhas nos favos, é muitas vezes repentino<br />

na colônia.<br />

Nem <strong>sem</strong>pre as falhas são devi<strong>das</strong> à cria enferma. Como já foi visto, W. E.<br />

Kerr (1951 p.312) referiu-se à provável existência de fatores genéticos letais na<br />

cria masculina. Sugiro ver o Capítulo 5 sobre "A questão dos machos diplóides".<br />

Quero apenas lembrar aqui que a porcentagem <strong>das</strong> falhas na MFT era geralmente<br />

inferior aos 50% que existiriam se a causa fosse a eliminação de machos<br />

diplóides. Também em relação à cria feminina (operárias e rainhas) poderá haver<br />

problemas com genes letais ou subletais. Sempre que não for possível determinar<br />

a causa exata da mortalidade, o meliponicultor deve considerar a colônia como<br />

enferma ou pelo menos como suspeita. Agindo assim, haverá menores riscos.<br />

Das observações e experiências que fiz no meu meliponário de Campinas (SP),<br />

entre 1948 e 1970, cheguei às seguintes conclusões:<br />

A - Nos anos de 1960 a 1970 a mortalidade da fase de transição pode ter<br />

causado, anualmente, a morte de cerca de 10% <strong>das</strong> colônias de MANDAÇAIA<br />

(M. quadrifasciata) no meu meliponário de Campinas. Contudo, nesse mesmo<br />

meliponário, de 1988 a 1996 essa porcentagem de mortes de colônias foi quase<br />

zero, pois a MFT atingiu somente algumas raras pré-pupas, às vezes e em<br />

pouquíssimas colônias. Durante anos praticamente não a vi mais. Nesse, e<br />

também em outros meliponários, durante muitos anos observei que a mortalidade<br />

da fase de transição raramente mata colônias de MIRINS {Plebeia spp) e quase<br />

nunca as da JATAI {Tetragonisca angustula), mesmo que o meliponicultor não<br />

interfira. O MOMBUCÃO (Cephalotrigona capitata) e a BORÁ {Tetragona<br />

clavipes) parecem não estar sujeitas a essa mortalidade. Não me recordo de ter<br />

perdido colônias de MANDAGUARI ou CANUDO {Scaptotrigona postica)<br />

devido à MFT, embora essa mortalidade às vezes fosse encontrada nessa espécie.<br />

B - Numa mesma colônia, a mortalidade da fase de transição ora apresenta<br />

caráter sério, ora espontaneamente quase desaparece no decorrer do tempo, <strong>sem</strong><br />

causa conhecida e <strong>sem</strong> ciclo definido.<br />

C - Ao mesmo tempo em que certas colônias apresentam mortalidade da fase<br />

de transição intensa, em outras colônias ela é reduzida ou quase nula. Isso em<br />

to<strong>das</strong> as épocas do ano. Portanto, essa mortalidade não é uniforme no meliponário.<br />

Contudo, em Campinas (SP), no fim da intensa seca de 1961 (novembro), a<br />

grande maioria <strong>das</strong> colônias tinha favos na fase de casulo com aspecto muito mais<br />

sadio do que meses antes.<br />

D -Apesar da intensidade da mortalidade da fase de transição ser geralmente<br />

desigual no meliponário, em duas ocasiões verifiquei, em

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