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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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360 OS FURTOS E ROUBOS EFETUADOS POR ABELHAS<br />

Para evitar que isso aconteça, a mudança de uma colônia de Meliponíneos para<br />

uma nova colmeia, deve ser feita com rapidez, como foi explicado no Capítulo<br />

sobre a "Transferência de colmeia". O tempo durante o qual os alimentos da<br />

colônia transferi<strong>das</strong> ficarão expostos, deve ser o menor possível. Isto é<br />

particularmente importante no caso de meliponicultores alérgicos a ferroa<strong>das</strong>.<br />

Seria paradoxal e poderia ser trágico até, se uma pessoa criar <strong>abelhas</strong> indígenas<br />

<strong>sem</strong> ferrão para evitar ferroa<strong>das</strong> e proteger assim a sua vida, e se apesar disso<br />

levar ferroa<strong>das</strong> de Apis mellifera. Quando há muitas Apis procurando roubar mel<br />

ou cerume durante uma transferência de colmeia, ou n'outra ocasião qualquer,<br />

nesse caso o meliponicultor alérgico deve se afastar, pedindo a outra pessoa para<br />

executar o trabalho.<br />

As ladras exclusivas<br />

Quando não existiam ainda aqui as Apis mellifera, possivelmente o controle do<br />

tamanho <strong>das</strong> populações dos Meliponíneos que trabalham nas flores era realizado<br />

principalmente pelos pica-paus (Picidae, Aves) e pelas <strong>abelhas</strong> IRATIM ou<br />

LIMÃO (Lestrimelitta limao e espécies afins). Estas não trabalham nas flores e<br />

vivem exclusivamente de roubos. E muito difícil criar Meliponíneos em lugares<br />

onde essas ladras estão presentes e ativas.<br />

O grande pioneiro dos estudos meliponícolas, Leonardo Nossa Senhora <strong>das</strong><br />

Dores Castello-Branco, (1845 p.64) se lamentava <strong>das</strong> pilhagens causa<strong>das</strong> por<br />

essas <strong>abelhas</strong> no Piauí. O sábio naturalista Fritz Müller (1874 p.102) também se<br />

queixava dos estragos feitos por elas nas colônias de <strong>abelhas</strong> indígenas que<br />

mantinha em Blumenau. Depois as IRATIM ou LIMÃO {Lestrimelitta spp) foram<br />

estuda<strong>das</strong>, entre outros pesquisadores, por H. von Ihering (1903=1930 pp.686-<br />

688,700-705), C. D. Michener (1946 p.196), W. E. Kerr (1951 pp.292,300-301),<br />

S. F. Sakagami & S. Laroca (1963), P. Nogueira-Neto (1970-C), D. Wittmann<br />

(1985,1989), João M. E Camargo & Pe. J. S. Moure (1989) e S. F. Sakagami, D.<br />

W. Roubik & R. Zucchi (1993).<br />

Não é difícil reconhecer e identificar os ninhos <strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO<br />

(Lestrimelitta limao). Essas <strong>abelhas</strong> constróem muitas entra<strong>das</strong>, embora a<br />

principal e funcional seja uma só. Nas colônias mais fortes a entrada é um tubo<br />

enorme, que apresenta lateralmente muitas ramificações, as quais porém são<br />

pouco ou nada usa<strong>das</strong>. Contudo, esse super-tubo, que pode ter até dezenas de<br />

centímetros de comprimento, vai sendo construído aos poucos. Os tubos novos<br />

<strong>das</strong> IRATIM ou LIMÃO não impressionam, pois são simples e relativamente<br />

curtos. Como S. F. Sakagami & S. Laroca (1963 p.327) primeiro verificaram,<br />

essas <strong>abelhas</strong> têm a característica pouco comum de jogar fora os resíduos do ninho<br />

a partir da borda do seu tubo de entrada. Não fazem como a grande maioria dos<br />

Meliponíneos, que carrega pelotas de detritos, voando para longe. Além disso,<br />

deve ser notado que as <strong>abelhas</strong> Lestrimelitta têm um odor de limão muito mais<br />

intenso que os outros Meliponíneos.

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