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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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336 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

A mortalidade causada por calor solar excessivo<br />

Às vezes a falta de telhas sobre a colmeia ou a ausência de uma proteção lateral<br />

ou frontal eficiente contra os raios solares, pode causar um aquecimento excessivo<br />

da colônia e a sua morte. O calor demasiado mata a cria nos favos. As construções<br />

de cerume ficam com um aspecto algo brilhante. Nos trópicos o sol pode ser<br />

perigoso. E necessário colocar as colmeias em locais protegidos contra o excesso<br />

de sol (Figura 30). Contudo, uma exposição moderada ao sol é um fator favorável<br />

ao desenvolvimento <strong>das</strong> colônias.<br />

A mortalidade da fase de transição (MFT)<br />

As <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong> ferrão, ou pelo menos algumas <strong>das</strong> suas espécies,<br />

apresentam às vezes o que sugiro chamar mortalidade da fase de transição ou<br />

MFT. Observei isso na MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), nas MIRINS (Plebeia<br />

spp), na MANDAGUARI (Scaptotrigona postica) e mais raramente na JATAI<br />

(Tetragonisca angustula). Há anos estudei essa mortalidade, principalmente nas<br />

colônias de MANDAÇAIA do meu meliponário na Fazenda São Quirino, em<br />

Campinas (SP), onde depois ela aparentemente desapareceu, pois não tem sido<br />

mais constatada. Quando a MFT estava presente nas colônias de MANDAÇAIA,<br />

freqüentemente a cria morria no estágio de pré-pupa, ou seja, quando ainda tinha a<br />

forma de larva, mas já expelira os seus excrementos e tecera o seu casulo. As<br />

vezes a morte ocorria pouco antes da larva atingir esse estágio. Por isso chamei-a<br />

de mortalidade da fase de transição. Quando presente, ela ocorre pouco antes ou<br />

durante a mudança de cor dos favos, os quais deixam de ser escuros e recobertos<br />

somente de cerume, para se apresentarem de cor clara, revestidos pela seda dos<br />

casulos.<br />

Mesmo depois da morte, a pele <strong>das</strong> larvas grandes ou <strong>das</strong> pré-pupas mantém-se<br />

firme. A larva grande ou pré-pupa morta apresenta cor que vai do creme <strong>sem</strong><br />

brilho ao negro. Quando seca, fica de tamanho reduzido e de cor negra. Nunca se<br />

torna pegajosa. O cheiro parece o de farinha ou cereais torrados. Não é um odor<br />

pútrido. Quase <strong>sem</strong>pre as <strong>abelhas</strong> adultas abrem a parte superior <strong>das</strong> células que<br />

contêm a cria morta. Nos casos de MFT, freqüentemente as <strong>abelhas</strong> deixam larvas<br />

grandes ou pré-pupas mortas dentro <strong>das</strong> células destampa<strong>das</strong>. Às vezes,<br />

abandonam essa cria sobre outro lugar do favo. Ou então, retiram da colmeia a<br />

cria morta.<br />

Seja como for, nas colônias ataca<strong>das</strong> os favos de cria mais velhos apresentam<br />

certo número de falhas. Na MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), considero haver<br />

mortalidade muito leve quando os favos com casulos têm até 3% de falhas; 5%<br />

ainda constituem mortalidade branda; 10% mediana; 20% séria; 30% muito séria;<br />

50% ou mais, desastrosa quando persiste. Nessas porcentagens incluo o número<br />

total de falhas, seja qual

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