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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

O botulismo intestinal infantil e a sua transmissão às vezes pelo mel da Apis<br />

mellifera, já é coisa amplamente conhecida nos USA. Em cerca de 1/3 dos casos<br />

bem pesquisados, essa transmissão foi determinada de modo convincente (S. S.<br />

Arnon, T. F. Midura, K. Domus, B. Thompson, R. M. Wood & J. Chin, 1979 p-<br />

334-336). Outro trabalho, de John S. Spika et al. (1989, colaboradores já citados<br />

aqui por extenso) do Centro de Enfermidades Infecciosas de Atlanta, calcularam<br />

essa porcentagem em cerca de 15% dos casos de botulismo infantil investigados.<br />

Seja como for, não têm razão os que duvidam aqui do papel de<strong>sem</strong>penhado pelas<br />

Apis mellifera na dis<strong>sem</strong>inação do botulismo intestinal infantil. Essa dúvida<br />

constava de uma carta publicada na conceituada Revista Brasileira de Apicultura<br />

(1991, jul-ag. p.32-33).<br />

O certo é reconhecer, diante dos numerosos dados existentes, que estamos<br />

diante de uma questão muito séria, mas que pode ser resolvida. Basta não dar mel<br />

a crianças com menos de 1 ano de idade, nem comer mel ou xaropes de glucose de<br />

milho, quando a microflora intestinal, principalmente no cólon, é insuficiente ou<br />

foi danificada, por exemplo, durante uma cirurgia ou por ação de certos<br />

antibióticos. Nesse último caso, o perigo estaria nos dias seguintes à interrupção<br />

do tratamento antibiótico, ou seja, antes do restabelecimento da microflora. Em<br />

pessoas maiores de 1 ano, normalmente a microflora, como já expliquei, impede o<br />

desenvolvimento de colônias de C. botulinum no intestino. Nos USA, a Sioux<br />

Honey Association, grande associação apícola, recomenda não servir mel a<br />

menores de um ano.<br />

Até aqui referi-me ao papel da Apis mellifera na propagação do botulismo no<br />

intestino. Quanto aos Meliponíneos e o seu mel, nada se sabe do que ocorre em<br />

relação a essa enfermidade. Contudo, tanto as Apis como os Meliponíneos colhem<br />

o seu néctar basicamente nas flores. A prudência manda tomar o mesmo cuidado,<br />

ou seja, não dar também o mel <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> indígenas a menores de um ano. Não<br />

se pode arriscar a vida de uma criança. O mesmo é válido em relação a todos que<br />

são operados do intestino, ou que tiveram a microflora muito danificada por certos<br />

antibióticos ou por outros meios, até que esta microflora se restabeleça.<br />

O melato e sua possível toxidez nas Américas<br />

Um apicultor de São Simão, Antonio Carreira Soares, me enviou uma pequena<br />

amostra de um "mel" de Apis mellifera que produziu tonturas em quem o ingeriu.<br />

Tratava-se de um caso de tontura moderada.<br />

Em 1994, parte dessa amostra foi por mim encaminhada para exame ao Dr.<br />

Mauro Ramalho, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da<br />

USP. Esse pesquisador (informação pessoal) constatou a presença de grãos de<br />

polem de Eucalyptus e também de resíduos que indicam a existência de melato.<br />

Trata-se da excreção de insetos, na Federação

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