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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A DIVISÃO DAS COLÔNIAS 207<br />

talvez estas ainda não tenham odor diferente. Do contrário poderia haver risco de<br />

lutas entre <strong>abelhas</strong>. Além disso, precisa ser tomado cuidado para evitar choques,<br />

panca<strong>das</strong> e solavancos, pois fazem os ovos gorar. Por esses motivos, não<br />

recomendo o método descrito por Leonardo Castello-Branco.<br />

Em Cuba, Felipe Poey (1852 p.170) se referiu à multiplicação do único<br />

Meliponíneo da ilha, achando-a possível.<br />

Casimir Raveret-Wattel (1875 pp.750, 751) contou ter recebido uma<br />

comunicação de Salzedo, residente em Santa Marta, na Colômbia, segundo a qual<br />

eram usa<strong>das</strong> lá duas maneiras de dividir colônias de Meliponíneos:<br />

A - Alguns potes e favos de cria dos "andares" superiores eram postos na nova<br />

colmeia. Somente deviam ser mudados os favos de cor esbranquiçada, que são os<br />

que contêm cria mais velha. A rainha-mãe permanecia na colônia antiga. (PNN:<br />

na realidade a cor dos favos mais novos é amarela-palha, pelo menos aqui).<br />

B - Na colmeia nova era colocada uma parte dos potes, juntamente com a<br />

rainha-mãe.<br />

Em ambos os casos, a colônia nova era posta no lugar onde estava a colmeia<br />

antiga, a qual devia ser removida dali. O método A era o empregado por Salzedo,<br />

que de uma só colônia fez sucessivamente oito. Foi portanto, de certo modo, o<br />

precursor do método que utilizo para estudar a consangüinidade em diversos<br />

Meliponíneos, mas não se sabe se essas colônias de Salzedo estavam isola<strong>das</strong> de<br />

outras da mesma espécie.<br />

Louis Jacques Brunet disse a Casimir Raveret-Wattel (1875 p.751) que no<br />

Brasil era indispensável perfumar com incenso a nova colmeia que ia ser usada.<br />

De acordo com minha experiência, isso é desnecessário. Do mesmo modo, penso<br />

não ser preciso besuntar a nova colmeia "... com alguma cera para tomar o cheiro<br />

da família" (de <strong>abelhas</strong>), costume esse notado depois por Rodolfo von Ihering<br />

(1932 p.295) em Pernambuco.<br />

Warwick E. Kerr (1945 p.472) preconizou a divisão de uma colônia em duas. A<br />

rainha-mãe acompanharia a parte que mu<strong>das</strong>se de lugar. Na parte da colônia que<br />

ficar onde estava antes a colmeia, deveria permanecer a maioria <strong>das</strong> operárias e<br />

uma ou mais rainhas virgens. Naquela ocasião, o Professor Warwick Kerr não<br />

tinha ainda verificado que as rainhas <strong>das</strong> espécies da tribo Meliponini são<br />

normalmente produzi<strong>das</strong> em grande número. Mais recentemente, o Professor<br />

Warwick Kerr (informação pessoal, 1992) aconselhou a capturar uma rainha<br />

poedeira numa terceira colônia (da mesma espécie) e introduzi-la na parte da<br />

colônia dividida que ficou <strong>sem</strong> a rainha mãe. Isso reduz o tempo em que essa<br />

colônia ficaria <strong>sem</strong> rainha poedeira. É uma boa idéia, embora freqüentemente seja<br />

difícil remover uma rainha-mãe, pois quando se abre a colmeia ela procura se<br />

esconder.<br />

Monsenhor Huberto Bruening me escreveu sobre o método que utilizava em<br />

Mossoró, Rio Grande do Norte, para multiplicar colônias da

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