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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

por J. B. von Spix & C. F. von Martius (1828 = 1938, vol. 2, p. 185-186). Mas<br />

isso é apenas uma vaga suspeita (diarréia == disenteria).<br />

O Dr. David W. Roubik, um dos maiores estudiosos de Meliponíneos de todos<br />

os tempo, me relatou que na Venezuela, perto da cidade de Santa Helena, a qual<br />

está junto à fronteira brasileira, em Roraima, ele e outras pessoas se intoxicaram<br />

comendo mel de uma colônia de <strong>abelhas</strong> africaniza<strong>das</strong>. O Dr. Roubik sentiu um<br />

forte ardor na garganta. Outra pessoa, porém, desmaiou, teve diarréia e<br />

incontinência urinária. Ficou 4 dias internada num hospital, mas felizmente se<br />

recuperou. Ao que me parece os sintomas são neurológicos e comparáveis aos que<br />

ocorreram em Miguel Calmon, na Bahia. Segundo o Dr. Roubik, pessoas da<br />

região disseram-lhe que essa intoxicação causada por mel ocorre em certa época<br />

do ano, como informaram a von Spix e von Martius os sertanejos de Conten<strong>das</strong>,<br />

que já mencionei aqui.<br />

Outros casos graves causados pela ingestão<br />

de samora/saburá (polem)<br />

Nos subcapítulos anteriores foram examinados casos graves que poderiam ter<br />

sido causados pela ingestão de mel ou de polem tóxicos às vezes <strong>sem</strong> muita<br />

certeza se foi um ou outro desses alimentos. Aqui serão expostos casos<br />

comprovados ou mais suspeitos, causados pela samora/saburá (polem) comida por<br />

pessoas. Não se trata de mel.<br />

Casos graves de intoxicação, desta vez com samora/saburá (polem), me foram<br />

relatados e comentados pelo Ex-Presidente da APIME (Associação dos<br />

Meliponicultores de Pernambuco), Ricardo Cantarelli. Segundo essas<br />

informações, pessoas que comiam saburá armazenado pela abelha URUÇU<br />

NORDESTINA (Melipona scutellaris), tiveram problemas renais sérios. Duas<br />

teriam morrido com infeção generalizada (septicemia). Outras pessoas não<br />

tiveram mais problemas quando deixaram de comer esse saburá. Ricardo<br />

Cantarelli pensa ser necessário obter maiores esclarecimentos sobre essa questão,<br />

antes de chegar a uma conclusão. Ele e as pessoas que entrevistou são<br />

merecedoras de toda a atenção. Assim, enquanto se buscam as causas e mais<br />

detalhes, fica aqui um brado de alerta. Entre as possíveis causas estaria o polem<br />

tóxico de alguma planta ou talvez, como suspeita Ricardo Cantarelli, algum<br />

microorganismo que se desenvolve no saburá. Nos meios técnicos apícolas,<br />

correm informações de que no polem úmido pode crescer um fungo tóxico, capaz<br />

de matar animais e pessoas (informação pessoal da Msc. Beatriz Coelho<br />

Pamplona).<br />

Há vários mofos (fungos) produtores de aflatoxinas, que é um grupo de<br />

substâncias muito tóxicas. São encontra<strong>das</strong> em alimentos que estiveram mofados<br />

ou que estão mofados, como o amendoim, cereais, castanhas diversas, etc. Podem<br />

causar câncer do fígado. Esses mofos perigosos certamente podem crescer no<br />

polem recolhido pelo

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