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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

seguintes dados: visão indistinta (blurred), diplopia (visão dupla), fotofobia = 40,4%;<br />

disfagia (dificuldade no falar) = 76%; fraqueza geral = 57,7%; náusea e vômitos =<br />

55,8%; tonturas e vertigens = 30,8%; dores abdominais = 20,2%; diarréia = 15,4%<br />

(diarréia = disenteria).<br />

É importante ver o subcapítulo seguinte, sobre o tratamento médico indicado para<br />

os casos de botulismo e de outros problemas.<br />

Nos casos de botulismo podem haver também dificuldades em falar e engulir, além<br />

de uma "fraqueza" muscular geral causadora de dificuldade de caminhar (G.<br />

Sakagushi, 1979 p.394). Assim, como já disse, a lenda cearense de que as pessoas que<br />

consumiram o mel da abelha ABREU berram como um bode, poderia significar que<br />

os intoxicados por esse mel, não conseguindo mais pronunciar palavras, procuram<br />

gritar sons para serem socorridos. A dificuldade em caminhar poderia ser a causadora<br />

da perda do rumo referida na lenda do VAMOS EMBORA.<br />

Num dos casos de morte em Boa Esperança do Sul (SP) houve, entre outros<br />

sintomas, dores abdominais e tontura (Relatório de campo do Professor Renato<br />

Siqueira-Jaccoud, 1961).<br />

Tratamentos e remédios<br />

Cabe <strong>sem</strong>pre a um médico decidir sobre tratamentos e remédios. Limito-me aqui<br />

apenas a fazer algumas considerações de ordem geral e a transmitir indicações que<br />

constam em trabalhos médicos.<br />

Antes de mais nada, é preciso dizer que os méis, melatos e samoras/ samburás<br />

tóxicos podem ter várias origens, algumas razoavelmente conheci<strong>das</strong>, outras<br />

vagamente referi<strong>das</strong> e certamente há também substâncias tóxicas ainda desconheci<strong>das</strong><br />

que poderiam estar em esses produtos <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>, colhidos nas plantas e processados<br />

por elas.<br />

Seja qual for a causa da intoxicação causada por alimentos, se possível deve-se<br />

fazer a vítima vomitar. Auguste de Saint Hilaire aconselhava a beber muita água<br />

quente para vomitar. As farmácias devem ter vomitórios mais eficientes. E importante<br />

levar a pessoa a um hospital, com urgência, pois ali há melhores recursos para o<br />

tratamento. Leve também este livro, para informar ao médico e ajudar na sua decisão,<br />

pois trata-se de assuntos geralmente pouco conhecidos.<br />

O mais provável é que a intoxicação humana por alimentos colhidos, processados<br />

e guardados pelas <strong>abelhas</strong>, seja quase <strong>sem</strong>pre devida a um néctar tóxico que elas<br />

colheram nas plantas. O caso mais antigo que se conhece foi o relatado por<br />

Xenofonte, na famosa retirada dos 10.000 gregos na Ásia Menor (Reaumur, 1740 p.<br />

724). Pois nessa mesma região, na atual Turquia, foram feitos estudos importantes,<br />

relatados neste Capítulo, sobre o mel tóxico ali existente. Foi verificado lá que as<br />

substâncias tóxicas são diversas fitotoxinas (portanto de origem vegetal), chama<strong>das</strong><br />

graianotoxinas. Os sintomas dessa intoxicação na Turquia, de um modo geral são os<br />

mesmos ou quase os mesmos encontrados às vezes em grande

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