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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS MORTALIDADES DA CRIA 339<br />

certo número de colônias diferentes, que essa anomalia surgiu nelas mais intensa,<br />

de modo repentino e na mesma ocasião. Em fins de julho de 1958, em 7 colônias<br />

de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), em Campinas (SP) a mortalidade da fase<br />

de transição observada teria aparecido repentina e simultaneamente, umas 3<br />

<strong>sem</strong>anas antes. Os favos atacados estavam na fase de casulo, mas nas suas bor<strong>das</strong><br />

havia ainda células com paredes de cerume. Muitas pré-pupas mortas podiam ser<br />

vistas. Depois de um favo ou de uma zona de favo com número normal de falhas,<br />

existiam outros favos ou zonas (anéis) de favos com uma mortalidade da cria que<br />

chegou até mesmo a 90 e 100%. No mesmo meliponário, em 6 outras colônias de<br />

MANDAÇAIA, possível ou provavelmente ocorreu o mesmo, embora isso fosse<br />

menos claro. Em outras 4 colônias dessa espécie o fato não foi verificado.<br />

Aparentemente, houve uma causa externa que provocou a ocorrência repentina<br />

e simultânea da mortalidade da fase de transição, em tantas colônias diferentes.<br />

Contudo, o não aparecimento da mortalidade em 4 outras colônias, indicaria que<br />

as <strong>abelhas</strong> dessas colônias não foram atingi<strong>das</strong> pelo fator responsável pelas mortes<br />

registra<strong>das</strong>. Insetici<strong>das</strong> não foram usados na fazenda, exceto dentro de<br />

formigueiros. Isso faz suspeitar que talvez a causa da mortalidade da cria fosse o<br />

néctar ou o polem de alguma planta que tivesse sido colhido e usado apenas por<br />

certas colônias de <strong>abelhas</strong> e não por outras. Trata-se, porém, de mera hipótese.<br />

Cumpre notar que não se trata de área de cerrado e não me recordo de ter visto lá<br />

o BARBATIMÃO (Stryphnodendron adstringens). Veja o Capítulo 29, sobre<br />

"algumas plantas tóxicas para <strong>abelhas</strong>".<br />

No mesmo meliponário, no início de março de 1960, ao examinar os favos de<br />

cria de colônias de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata) cheguei à conclusão de<br />

que mais ou menos um mês antes, tinha ocorrido, também de modo brusco e<br />

simultâneo, uma quantidade maior de falhas. Isso aconteceu nos favos de 8<br />

colônias (destas, somente 2 não apresentavam larvas grandes ou pré-pupas<br />

mortas); em outras 2 colônias possivelmente ocorreu o mesmo; em 3 colônias não<br />

notei anormalidades; e em 3 outras colônias as falhas mais intensas eram mais<br />

recentes, datando apenas de umas 2 ou 3 <strong>sem</strong>anas antes da observação. Pode-se<br />

datar as falhas de um favo comparando a idade da cria viva com a idade em que a<br />

cria vizinha morreu.<br />

E - A mortalidade da fase de transição não se propaga por meio de rainhas. As<br />

rainhas de colônias com alta porcentagem desse tipo de mortalidade, produziram<br />

cria normal quando introduzi<strong>das</strong> em colônias normais. Portanto, a constituição<br />

genética não é a causa direta ou única dessa mortalidade. Isso, porém, não exclui a<br />

possibilidade de existirem genes que seriam letais em determina<strong>das</strong> condições<br />

ambientais, como W. E. Kerr (1951 P-312) opinou. A não transmissão da<br />

mortalidade da fase de transição, pelas rainhas, significa que o fator ambiental é<br />

de primordial importância. Essa conclusão é válida, quer se trate de uma

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