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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL 265<br />

interessantes. O mel de TIÚBA (M. compressipes), não sei se proveniente de<br />

néctar colhido por essas <strong>abelhas</strong> nos meus meliponários no Estado de S. Paulo ou<br />

se oriundo de néctar de Barra do Corda (MA), mostrou um poder antibacteriano<br />

de grau 4 numa escala de 5 graus. Os méis de MANDAGUARI (Scaptotrigona<br />

postica) e de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata anthidioides), ambos do Estado<br />

de São Paulo, mostraram um poder antibacteriano de grau 5. O mel de TUBUNA<br />

(S. bipunctata) teve grau 5 e o de JATAÍ (Tetragonisca angustula) recebeu grau<br />

4.75. Segundo os referidos autores, "esses méis são muito ricos em substâncias<br />

antibacterianas, e em certos casos não encontramos por diluição o limite inferior<br />

de sua atividade". Mais adiante mostrarei o possível significado dessas palavras na<br />

identificação da principal substância antibiótica do mel.<br />

Um trabalho muito importante sobre a ação antibacteriana dos méis de<br />

Meliponíneos foi realizado pelas Dras. Marilda Cortopassi-Laurino e Dilma S.<br />

Gelli (1991 no Instituto Adolfo Lutz em São Paulo (SP). Essas autoras<br />

examinaram 14 amostras de méis de Meliponíneos <strong>das</strong> espécies BORÁ<br />

(Tetragona clavipes), JATAÍ (Tetragonisca angustula), JANDAÍRA (Melipona<br />

subnitida), MANDAÇAIA (m. quadrifasciata), MIRINS (Plebeia spp) e URUÇU<br />

NORDESTINA (M. scutellaris). Numa escala de 1 a 5, foi medida a atividade<br />

antibacteriana de cada uma dessas 14 amostras de méis, em relação a 7 linhagens<br />

e espécies padroniza<strong>das</strong> de bactérias, em culturas de 24 horas. No total por<br />

amostra o resultado foi uma atividade antibacteriana que variou de mediana a<br />

quase máxima ou seja, foi de 2.50 a 4.96. Foi um resultado claramente superior,<br />

em termos de média de atividade antibacteriana, ao obtido em 20 amostras de Apis<br />

mellifera scutellata.<br />

M. Cortopassi-Laurino e D. S. Gelli (1991 pp-66-77) verificaram que em<br />

30,7% dos testes que fizeram com méis de Apis mellifera, esses méis eram<br />

bacterici<strong>das</strong>. O mesmo ocorreu em 40,8% dos méis de Meliponíneos testados.<br />

Essa é uma diferença considerável, muito importante, a favor dos méis de<br />

Meliponíneos. Diga-se de passagem que os méis antibacterianos podem ter<br />

propriedades bacterici<strong>das</strong> (quando causam a morte de bactérias) ou<br />

bacteriostáticas (quando impedem a reprodução de bactérias). Na realidade os<br />

conceitos de "bactericida" e "bacteriostático" são relativos. Como as Doutoras M.<br />

Cortopassi-Laurino e D. S. Gelli (1991 p.66) explicaram, um mel pode ser<br />

bacteriostático em relação a uma determinada bactéria e bactericida em relação a<br />

outra bactéria. Além disso, é preciso considerar, como G. Sykes (1965, apud P. C.<br />

Molan, 1992 p.64) explicou, que se um estado de bacteriostase (inibição) é<br />

mantido por um período longo, a capacidade <strong>das</strong> bactérias de se recuperarem fica<br />

perdida. Como se verifica na tabela organizada por P. C. Molan. (1991 pp.10-14)<br />

sobre bactérias, fungos e o efeito de concentrações diferentes em distintos méis de<br />

A. mellifera, uma amostra de mel numa determinada diluição pode ser bactericida<br />

ou bacteriostática conforme a concentração que apresenta. Também há casos, em<br />

méis diferentes, em que uma amostra mais concentrada foi

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