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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A ARQUITETURA DOS NINHOS 51<br />

quase branca, na JATAÍ, ou freqüentemente branca na MIRIM<br />

PREGUIÇA (Friesella schrottky). Certas espécies, como o MOMBUCÃO<br />

(Cephalotrigona capitata), a BORÁ (Tetragona clavipes) e outras, não têm<br />

entrada projetada para o exterior, ou então ela é uma saliência pequena, que<br />

endurece depois de algum tempo. Há ainda entra<strong>das</strong> de outros tipos ("boca de<br />

sapo" de barro, etc), como tenho visto na CUPIRA DO SUDESTE (Partamona<br />

helleri) e também foi notado, entre outros, por H. von Ihering (1903 = 1930<br />

pp.653-655, 673).<br />

Em Partamona, após a entrada há uma câmara especial, de função<br />

discutível, que João M. F. Camargo (1970 pp.211-212, 227-229) denominou<br />

vestíbulo. Essa interessante estrutura existe nos ninhos de Partamona testacea<br />

testacea e foi primeiro descrita por W. E. Kerr, S. F. Sakagami, R. Zucchi, V<br />

Portugal-Araújo e J. M. F. Camargo (1967 pp.288-289).<br />

Na tribo Meliponini, a entrada assume um aspecto todo especial, pois ela é<br />

constituída por um orifício situado no centro de raias de barro ou de geoprópolis.<br />

Às vezes, essas raias terminam em pontas volta<strong>das</strong> para fora. Geralmente, porém,<br />

são simples cristas salientes, alterna<strong>das</strong> com sulcos, dispostos em torno do orifício<br />

de entrada. Muitas vezes quase não há cristas ou sulcos (Figura 31).<br />

Vicente Coelho de Seabra, em 1799, referiu-se à sentinela que guarda a<br />

entrada do ninho da abelha URUÇU DO CHÃO (seria possivelmente a Melipona<br />

quinquefasciata).<br />

No interior do ninho, qualquer que seja o tipo de entrada, existe um outro<br />

tubo. Para distingui-lo do tubo externo, que muitas espécies possuem, é preferível<br />

denominá-lo apenas de túnel de ingresso. Foi descrito primeiro por E. T. Bennett<br />

(1831 = 1868 p. 25-26) como uma "galeria". Esse túnel tem alguns ou muitos<br />

centímetros de comprimento, variando na sua extensão e na sua largura. Às vezes<br />

há no mesmo uma abóbada muito pronunciada, como tenho visto em uma MIRIM<br />

DRORIANA (Plebeia droryana). Em muitas <strong>abelhas</strong> a parte terminal superior do<br />

túnel é um pouco projetada para diante, formando o que Luiz Juliani (1967 p-50)<br />

denominou de "palma" ou "marquise".<br />

Veja a entrada e o túnel de ingresso na figura 3.<br />

Bibliografia especial<br />

- V Coelho de Seabra, 1799 pp. 101-103<br />

- E. T. Bennett (com notas do Capt. Beechey) - 1831 =1868 pp.25-26<br />

- L. Castello-Branco, 1845 pp.50-51, 56<br />

- J. Goudot, 1846 p.712<br />

- H. W. Bates, 1863 p.44<br />

- E. Drory, 1873 p.70; 1873-B p.284<br />

- F. Müller, apud H. Müller, 1875 pp.47-48<br />

- C. Raveret-Wattel, 1875 pp.745-746

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