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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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A DIVISÃO DAS COLÔNIAS 215<br />

em células novas. Constatado isso, a célula real existente deve então ser posta na<br />

outra colônia. Nas espécies da tribo Meliponini há quase <strong>sem</strong>pre um excesso de<br />

rainhas nascendo de favos de cria com células comuns. Como também já<br />

expliquei, as células de cria na fase de casulo são cor de palha clara, não têm<br />

praticamente cerume nos lados expostos e os fundos são escuros e duros, devido<br />

aos excrementos ali depositados pela cria quando está no estágio de pré-pupa. A<br />

célula real dos Trigonini é muito maior que as demais (Figura 4) e pode provir de<br />

outra colônia da mesma espécie. Às vezes (Nogueira-Neto, 1951 p.75) há nessa<br />

célula um macho gigante, ao invés de uma rainha virgem, mas isso é uma<br />

exceção. No caso <strong>das</strong> espécies que constróem células de cria em cacho mais<br />

precisamente no caso <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong> MARMELADAS ou BREU e afins<br />

(Frieseomelitta spp), corno já expliquei, é preciso que a colônia na qual não está a<br />

rainha poedeira, tenha ou receba cachos de células de cria nova. Nessas <strong>abelhas</strong>,<br />

pelo processo descrito por Yoko Terada (1974 pp. 13-18, 84-85) larvas femininas<br />

comuns (ainda não diferencia<strong>das</strong>) invadem outras células, tornam-se maiores e<br />

tecem depois casulos reais. Dali emergem novas rainhas. Contudo, como já disse,<br />

se a espécie de Frieseomelitta não é nativa na região em que está o meliponário,<br />

nesse caso o aparecimento de casulos reais pode requerer repeti<strong>das</strong> tentativas. Ou<br />

seja, a colônia deve receber segui<strong>das</strong> vezes conjuntos de células de cria novas, até<br />

que surja ali um casulo real.<br />

I - Se mais tarde o meliponicultor verificar que a colônia residente ou a colônia<br />

nova ficaram fracas, deve agir para fortalecê-las, como está explicado no capítulo<br />

anterior. Para sua orientação, de acordo com as minhas observações, do ovo posto<br />

até a fase de pré-pupa, quando a larva tece o seu casulo, há um espaço de tempo<br />

de 12 dias. Com mais 24 dias, a larva se transforma em pupa e sai do seu casulo.<br />

Assim, o período total, do ovo ao adulto, é de aproximadamente 36 dias. Isso<br />

numa colônia normal de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), em maio e em<br />

setembro. No inverno o período imaturo é mais longo e no verão provavelmente é<br />

algo mais curto. Pode ser estimado que os favos de cria são constituídos apenas<br />

por cerume durante os seus primeiros 12 dias. Depois disso as células de cria, na<br />

sua parte interna, são revesti<strong>das</strong> por um tecido de seda cor de palha clara. As<br />

operárias removem então o cerume externo e o tecido de seda passa a ser visível<br />

para o observador. É o estágio de casulo. Warwick E. Kerr (1949 p.44) constatou<br />

prazos <strong>sem</strong>elhantes, no desenvolvimento da cria. Veja o Capítulo 7 sobre<br />

'Algumas capacidades e atividades básicas". É necessário, também, relembrar<br />

como tenho feito várias vezes neste livro, que choques fortes, tais como panca<strong>das</strong><br />

e bati<strong>das</strong>, fazem os ovos gorar, como já verifiquei experimentalmente (Nogueira-<br />

Neto, 1953 pp. 128,130).<br />

J - Pelo menos numa espécie de BORÁ (Tetragona clavipes), quando uma<br />

gaveta com potes de mel é removida para ser colocada na nova colmeia,<br />

freqüentemente há vazamento de mel. Penso que isso ocorra

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