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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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LIMITAÇÕES SÉRIAS EM COLÔNIAS DE ESPÉCIES NÃO NATIVAS 237<br />

por mais que tenha introduzido cachos de células novas de cria, não houve uma<br />

formação de casulos reais na colônia <strong>sem</strong> rainha. Nos meliponários de<br />

Cosmópolis (SP) e de Campinas (SP), somente obtive sucesso depois de várias<br />

tentativas fracassa<strong>das</strong> de introdução de cachos de células novas. Penso que<br />

provavelmente a larva invasora também come a larva da colmeia invadida, pois<br />

necessita dela como alimento, para crescer bem.<br />

A questão da postura infértil<br />

No Capítulo 30 sobre "Mortalidades da cria e problemas de postura", há um<br />

subcapítulo sobre a "Postura infértil". Como já tive ocasião de dizer, ... "às vezes<br />

tenho visto rainhas que a partir de certo momento passam a por somente ovos dos<br />

quais não nasce larva nenhuma. A conseqüência é a morte da colônia" (Nogueira-<br />

Neto, 1970 pp.274-275). Como se vê, a postura infértil é um problema sério,<br />

embora de ocorrência pouco freqüente. Contudo, afeta principalmente colônias de<br />

espécies não nativas. Esse foi o caso de algumas colônias da URUÇU<br />

NORDESTINA (Melipona scutellaris), da JANDAÍRA ALARANJADA DE<br />

MANAUS (M. <strong>sem</strong>inigra merrillae) e da TIÚBA (M. compressipes), nos meus<br />

meliponários de São Paulo (SP), Campinas (SP) e Cosmópolis (SP) (PNN,<br />

op.cit.). No total foram poucas colônias, mas em número relativamente muito<br />

superior ao da ocorrência da postura infértil em colônias nativas. Entre minhas<br />

numerosas colônias nativas, observei a postura infértil apenas em 2 colônias de<br />

JATAI (Tetragonisca angustula) em São Paulo (SP) e 2 vezes numa colônia de<br />

URUÇU AMARELA DO PLANALTO CENTRAL (M. rufiventris rufiventris)<br />

em Luziânia (GO).<br />

É difícil tirar uma conclusão mais clara nessa questão da postura infértil, exceto<br />

talvez em termos relativos. Se colocarmos de um lado as colônias não nativas que<br />

já tive, e de outro lado as colônias nativas, parece-me que a ocorrência da postura<br />

infértil é observada mais freqüentemente nas colônias de espécies não nativas.<br />

A multiplicidade de formas regionais<br />

Quem examina atentamente a sistemática (classificação) dos Meliponíneos se<br />

espanta com o grande número de formas regionais (endêmicas) dessas <strong>abelhas</strong>.<br />

Contudo outras espécies, poucas, são generalistas nos seus requisitos ecológicos.<br />

Ocupam enormes áreas. Na realidade, a grande maioria dos Meliponíneos está<br />

muito presa, muito limitada a condições ambientais/ecológicas regionais. Estudar<br />

o porque dessa situação é um grande desafio, principalmente nos campos da<br />

Fisiologia, da Etologia e da Ecologia. Desde 1970 (Nogueira-Neto, 1970 p.316)<br />

em linhas gerais chamei a atenção para essa questão, mas o assunto não alcançou<br />

ainda a repercussão que deveria ter.

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