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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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334 AS MORTALIDADES DA CRIA<br />

observou que em Tetragonula carbonaria (Smith) (para ele Trigona carbonaria) e<br />

em Austroplebeia australis (Friese) (para ele T. australis), "orifícios num favo<br />

existem, mas na proporção de apenas um em centenas de células".<br />

W. A. Schulz (1904 p.819) viu falhas consecutivas em até três favos em ninho<br />

de uma URUÇU AMAZÔNICA (para ele M. scutellaris). Não se trata da URUÇU<br />

NORDESTINA. A classificação está baseada em A. Ducke (1916 = 1945 p. 111-<br />

118), que tinha um conceito muito amplo de M. scutellaris. Poderia ser, talvez,<br />

uma <strong>das</strong> M. <strong>sem</strong>inigra.<br />

H. F. Schwarz (1948 p.94) foi a pessoa que melhor conheceu a bibliografia<br />

existente no seu tempo, sobre os Meliponíneos. Tem pois muito interesse as suas<br />

palavras: "A ninhada pútrida, numa doença devastadora da abelha de mel,<br />

aparentemente não estendeu suas devastações aos Meliponinae". Existem duas<br />

ninha<strong>das</strong> pútri<strong>das</strong> ( = loques) diferentes: a americana e a européia.<br />

Um ácaro perigoso<br />

Segundo observações do meliponicultor Ezequiel Roberto Medeiros Macedo,<br />

de Jardim do Seridó (RN), o ácaro Pyemotes triticalis destruiu não somente os<br />

adultos, mas também a cria de 3 colônias de Meliponíneos (Warwick E. Kerr,<br />

Gislene A. Carvalho & Vania A. Nascimento, 1996 pp.87, 114; e informações<br />

pessoais do meliponicultor). Para mais detalhes, sugiro ver o subcapítulo "Os<br />

ácaros", do Capítulo 33, sobre "Os inimigos, os vizinhos associados e os<br />

inquilinos".<br />

Um ácaro terapêutico<br />

Um caso extremamente interessante de mortalidade da cria e sua prevenção, foi<br />

relatado por C. H. W. Flechtmann & Conceição A. Camargo (1974). Em 10<br />

colmeias de CANUDO ou MANDAGUARI (Scaptotrigona postica) esses<br />

pesquisadores observaram, nas colônias <strong>sem</strong> os ácaros que descobriram, que havia<br />

em média 5096 de mortalidade da cria. Esta era causada por um fungo não<br />

identificado. Essa enfermidade, segundo os referidos autores, ..."é muito comum<br />

em ninhos <strong>sem</strong> ácaros". Os Neotydeolus therapeutikos (novo gênero e nova<br />

espécie) são ácaros "pequenos e esbranquiçados". Podem ser encontrados<br />

também, segundo C. H. W. Flechtman & C. A. Camargo (op.cit.) na câmara<br />

genital dos machos de S. postica, o que permitiria sua propagação. Nos ninhos<br />

<strong>sem</strong> os referidos ácaros, estes foram introduzidos. Depois disso, os autores<br />

verificaram que ali, em pouco tempo, a enfermidade desaparecia. Nas colônias<br />

onde o ácaro Neotydeolus therapeuticus estava presente, a mortalidade da cria da<br />

MANDAGUARI ou CANUDO era apenas de 1% a 6%. A meu ver essas<br />

porcentagens não indicariam um desaparecimento completo, mas mostram pelo<br />

menos que o controle era excelente.

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