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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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304<br />

ALGUNS MEIS, MELATOSESAMORAS/SABURÁS(PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

destruída a temperaturas bem mais baixas, que ocorrem geralmente durante o<br />

cozimento de muitos alimentos. Mais precisamente, para destruir essa toxina,<br />

como expliquei no capítulo anterior, é necessário aquecê-la a 80°C durante 30<br />

minutos (G. Sakagushi, 1979 P-432) ou fervê-la durante 10 a 15 minutos (Abigail<br />

A. Salyers & Dixie D. Whit, 1994 p. 131). Essas temperaturas também destroem<br />

as formas vegetativas do C. botulinum. Mas deve ser notado, como já disse, que<br />

os esporos são formas de propagação muito mais resistentes.<br />

Quando as condições são favoráveis, os esporos do C. botulinum dão origem a<br />

formas vegetativas da bactéria e estas formas produzem a toxina botulínica, um<br />

tóxico ou veneno muito potente. O mel geralmente não é um lugar próprio para a<br />

produção dessa toxina. Entre outras condições necessárias, essa produção requer<br />

um pH acima de 4,6 (G. Sakagushi, 1979 p.410). Numa pesquisa, os méis dos<br />

Meliponíneos mostraram ter um pH médio de 3,7 (14 amostras). Na mesma<br />

pesquisa, 20 amostras de méis brasileiros de Apis mellifera apresentaram um pH<br />

médio de 3,9 (Marilda Cortopassi-Laurino & Dilma S. Gelli, 1991 p.64-65). Em<br />

relação ao Meliponíneo JATAI (Tetragonisca angustula), Satoko Iwama (1977<br />

p.50, 54-55) relatou que "o valor médio dos pH <strong>das</strong> amostras de mel (de 6<br />

colônias) manti<strong>das</strong> no Instituto de Biociências (USP) foi de 4,2" e sua amplitude<br />

foi de 3,1 a 7,4. Em 4 dessas colônias de JATAÍ a referida pesquisadora encontrou<br />

às vezes méis com pH igual ou superior a 6,4. Em méis de Apis mellifera de 184<br />

amostras do Brasil Sul, Sudeste e Nordeste, Beatriz Coelho Pamplona (1989 p.1,<br />

33-34) obteve um pH médio de 3,81 com amplitude de 3,1 a 5,3. Em resumo,<br />

esses dados indicam que na grande maioria dos casos, o pH dos méis é baixo<br />

demais para permitir a presença da bactéria produtora da toxina botulínica.<br />

Contudo, esporos dessa bactéria poderiam estar presentes, devido à sua grande<br />

resistência a fatores desfavoráveis, mas ficariam inativos enquanto estives<strong>sem</strong> no<br />

mel. Sugiro ver mais adiante o subcapítulo sobre "O destino dos esporos no mel".<br />

Tenho a impressão de que às vezes é possível haver produção de uma certa<br />

quantidade da toxina botulínica na samora/saburá (polem) armazenada no ninho<br />

de determina<strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>. Segundo G. Sakagushi (1979 p. 410,417), para á<br />

produção da toxina botulínica, são necessários "... sais inorgânicos, aminoácidos,<br />

fatores de crescimento e glucose". Além disso, a produção da toxina botulínica<br />

somente ocorre quando o pH da substância está acima de 4,6 (Odlaus & Plug 1978<br />

e outros autores citados por E. Jeffery Rhodehamel, N. Ruckma Reddy & Merle<br />

D. Pierson, 1992 p. 127-128). Esses três últimos autores (op. cit. 1992 p. 133)<br />

disseram também que certos produtos, entre os quais o sal, ácidos, temperos,<br />

açúcares, xaropes, etc. "podem contribuir para a inibição do C. botulinum". Isso<br />

depende da porcentagem em que essas substâncias estão presentes. Assim, deve<br />

ser ressaltado que 55% de sacarose para alguns tipos da bactéria botulínica (C.<br />

botulinum) e 38,5% de sacarose para outros tipos,

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