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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

vegetais tóxicas e medicinais", referiu-se ainda às plantas do gênero Leucolhoe,<br />

que ocorrem na Federação Brasileira e que também pertencem à família <strong>das</strong><br />

Ericaceas. O referido autor (op.cit.) explicou que as Leucothoe, quando são<br />

ingeri<strong>das</strong> pelos animais causam, tal como a Kalmia, tonturas, perda parcial ou<br />

total da visão, respiração anormal e outros sintomas, como um "estado de estupor<br />

e sonolência". Isso concorda com o que foi observado e discutido aqui em casos<br />

de intoxicação com mel. F. C. Hoehne (loc. cit.) lembrou que na Kalmia latifolia a<br />

andromedotoxina é encontrada em "to<strong>das</strong> as partes (...) exceto no lenho".<br />

Ainda segundo F. C. Hoehne (loc. cit.), as Leucolhoe são encontra<strong>das</strong> "... não<br />

somente em alguns brejos ácidos, mas também nas cristas <strong>das</strong> serras mais altas de<br />

Minas Gerais". Além disso, relatou que "possuímos na flora do Brasil Meridional<br />

mais de vinte espécies, to<strong>das</strong> em forma de pequenos arbustos, muito folhosos e<br />

bonitos, especialmente quando nos seus racimos terminais desabrocham as<br />

flores". Explicou que estas são brancas ou vermelhas.<br />

Parece-me que as Leucolhoe são as principais suspeitas de produzirem mel<br />

tóxico na Federação Brasileira, mesmo porque sua distribuição é muito mais<br />

ampla que a assinalada por F. C. Hoehne (1939, pp. 220-221). Assim, M. Pio-<br />

Correa, com a colaboração de Leonan de Azeredo Penna (vol.5, 1974 pp. 197-<br />

198), no seu famoso "Dicionário" <strong>das</strong> plantas, assinalaram a presença de<br />

Leucothoe de Pernambuco a Rio de Janeiro, no litoral. Há também uma outra<br />

Ericacea, e portanto também suspeita, encontrada na Amazônia. Trata-se da<br />

Gaylussacia amazonica Hub, assinalada por M. Pio-Correa & L. Azeredo Penna<br />

(loc. cit.).<br />

Diversas Ericaceas brasileiras, segundo os referidos autores, têm o nome geral<br />

de mexerica. Contudo, é muito importante salientar que Leucothea e Gaylussacia<br />

nada têm a ver com a mexerica (tangerina) comestível, pois esta é um Citrus, da<br />

família <strong>das</strong> Rutaceas. Assim, é perigoso comer "mexericas" que não sejam de<br />

plantas da família <strong>das</strong> tangerinas, laranjeiras, limoeiros. Cuidado.<br />

Há um trabalho, ainda não publicado, de Maria Elisa Gonçalves de Lacerda,<br />

sobre "Méis tóxicos". É um capítulo do livro em preparo "Tópicos de<br />

Farmacognosia Química", coordenado pelo Prof. Walter B. Mors. É uma<br />

contribuição muito importante sobre o assunto. Deixo de entrar em detalhes, pois<br />

esse livro ainda não foi publicado. Contudo, devo dizer que me chamou<br />

novamente a atenção para o trabalho de F. C. Hoehne, que eu já havia lido há<br />

muitos anos e que possuo na minha biblioteca. Entre outras coisas interessantes a<br />

autora se referiu a um trabalho pioneiro de Dowd, já em 1892.<br />

Uma hipótese botulínica<br />

O Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbica, pois praticamente não<br />

cresce e não se multiplica em ambiente com oxigênio livre. Essa bactéria

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