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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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382 OS INIMIGOS, OS VIZINHOS ASSOCIADOS E OS INQUILINOS<br />

de escura a preta brilhante. Não há nenhuma outra referência nesse trabalho a não<br />

ser o fato de que se trata de um inseto parasita. No ninho, dentro de um "corredor<br />

de provisões" foram coletados alguns Coccídeos pequenos, de aproximadamente 3<br />

mm de comprimento. Tratava-se da habitação de uma MIRIM {Plebeia, para o<br />

referido autor: Trigona emerina Friese), proveniente dos arredores da cidade de<br />

São Paulo. Esse ninho foi dado por Hermann von Ihering ao Dr. Ernst Bresslau.<br />

Este o levou à Alemanha, onde W. A. Schulz o viu.<br />

A meu ver trata-se de um inquilino, pois as larvas dos Meliponíneos somente se<br />

desenvolvem em células de cria cerra<strong>das</strong>, portanto fora do alcance de micro<br />

himenópteros. Resta saber o que parasitavam.<br />

Os maribondos ou vespas<br />

Entre os marimbondos ou vespas sociais mais comuns, os Polybiinae (chamamse<br />

também Epiponinae) e os Polistinae que fazem ninho de cartão nos beirais de<br />

telhados, aparentemente não atacam <strong>abelhas</strong>, pelo menos aqui no Estado de São<br />

Paulo. Às vezes, porém, tenho visto uma outra espécie de Polybiinae matar<br />

Meliponíneos. Entre elas está Polybia ignobilis Hal. (Krombein det.), fazedora de<br />

ninhos em ocos ou em outros lugares abrigados. É um marimbondo relativamente<br />

grande, inteiramente preto, possuidor de fortes mandíbulas. Já o vi trucidar<br />

exemplares de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata), TIÚBA (M. compressipes) e<br />

JATAÍ (Tetragonisca angustula), perto dos ninhos dessas <strong>abelhas</strong>. É possível que<br />

outras espécies de marimbondos façam o mesmo.<br />

Outras vezes, a P. ignobilis mata Meliponíneos quando estes visitam as flores.<br />

Em flora<strong>das</strong> de Calliandra sp, em várias ocasiões observei os ataques do referido<br />

marimbondo a operárias de uma CUPIRA (Partamona helleri). As potentes<br />

mandíbulas desse matador de insetos esmagaram facilmente as CUPIRA. Com<br />

isso, o atacante obtinha os líquidos do corpo <strong>das</strong> suas vítimas, inclusive o néctar<br />

que estas haviam colhido. Como diz o ditado popular, matava dois coelhos com<br />

uma cajadada só.<br />

Em relação à Apis mellifera, M. de Reaumur (1740 p.708) viu na França certas<br />

vespas atacarem as campeiras que regressavam, abrindo com os "... dentes o<br />

ventre da abelha para sugar todo o seu conteúdo". Outras vezes observou as Apis<br />

serem captura<strong>das</strong> nas flores e leva<strong>das</strong> para longe.<br />

Há ataques de certas vespas aos Meliponíneos, como foi visto mais acima.<br />

Outras vezes, porém, o convívio entre esses insetos é inteiramente pacífico. Nunca<br />

vi lutas entre as <strong>abelhas</strong> indígenas e os marimbondos que às vezes fazem casas de<br />

cartão debaixo <strong>das</strong> suas colmeias,<br />

Freqüentemente, o MARIMBONDO CAVALO (Polistes canadensis L.) faz<br />

ninhos sob as colmeias. Trata-se aliás, de um inseto útil, por destruir certas pragas<br />

do algodão (C. O. W. Richards & M. L. Richards 1951 pp-94-96) e<br />

provavelmente por matar também outros insetos daninhos. Além desse,

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