11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

226 A ORFANDADE<br />

poderiam talvez servir de orientação também em relação a outras <strong>abelhas</strong> da tribo<br />

Meliponini, por representarem um número considerável. Parece-me que as<br />

informações lista<strong>das</strong> acima, sobre a URUÇU NORDESTINA e a GUARUPU<br />

estão respectivamente abaixo e acima da média dos Meliponini.<br />

Incapacidade ou capacidade de superar a orfandade<br />

Segundo célebre descoberta de Schirach, a Apis mellifera pode criar rainhas a<br />

partir de larvas novas de operárias (F. Huber 1814, I pp.53, 143). Teoricamente<br />

isso seria também possível a todos os Meliponíneos. Contudo, pelo que se sabe,<br />

nessas <strong>abelhas</strong> somente a Leurotrigona muelleri e a MARMELADA AMARELA<br />

ou BREU (Frieseomelitta varia) podem fazer tal coisa. Como já, expliquei em<br />

outros capítulos, Yoko Terada (1974 pp. 13-18, 84-85) verificou que essas <strong>abelhas</strong><br />

não constróem células reais, com exceção às vezes de L. muelleri. Essas espécies<br />

produzem rainhas quando uma larva perfura a célula de cria vizinha (nova),<br />

consome também o alimento da mesma e depois tece um "casulo real". Dali<br />

emerge uma rainha. Note-se que ambas espécies são construtoras de células de<br />

cria em cacho. A meu ver, as <strong>abelhas</strong> adultas dessas espécies devem de algum<br />

modo ajudar no processo em que a larva invade uma célula vizinha para se<br />

apossar do seu alimento. Não vejo como uma larva poderia fazer isso sozinha,<br />

unificando duas células de cria, que apenas se tocam.<br />

Segundo Jean M. Perez (1895 p.274), observou na França, "as trigonas são<br />

incapazes de substituir, como as nossas <strong>abelhas</strong>, a sua poedeira desaparecida".<br />

Esse autor europeu estava comparando certo Meliponíneo uruguaio, não<br />

identificado, com as Apis mellifera. Referia-se à criação de rainhas a partir de<br />

larvas fêmeas jovens existentes em células de operárias. No mesmo sentido é o<br />

depoimento de Warwick Kerr (1949 p.46) em relação a to<strong>das</strong> as <strong>abelhas</strong><br />

indígenas. Naqueles tempos não se sabia da criação de rainhas em casulos-reais, a<br />

partir de larvas femininas comuns, como a Professora Dra. Yoko Terada descobriu<br />

em Leurotrigona e Frieseomelitta.<br />

A questão <strong>das</strong> obreiras-rainhas produtoras de fêmeas<br />

João Pedro Cappas e Sousa (1991: informação pessoal e 1992 pp. 58-59)<br />

pesquisador português que estuda os insetos sociais, em 1991 manteve em Lisboa<br />

uma colônia forte de MANDAÇAIA (M. quadrifasciata quadrifasciata),<br />

originária de Prudentópolis, Estado do Paraná. Durante um determinado período,<br />

não havia rainha poedeira na colônia. Segundo o referido autor, na colônia<br />

surgiram então obreiras-rainhas que foram fecunda<strong>das</strong> e puseram ovos que deram<br />

origem a <strong>abelhas</strong> femininas. Isso, porém, não impediu que mais tarde a colônia<br />

morresse. Se essas obreiras-rainhas não são capazes de evitar o desaparecimento<br />

de colônias

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!