11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

244 A SAMORA/SABURÁ (POLEM), OS ÓLEOS FLORAIS E AS PROTEÍNAS ANIMAIS<br />

trabalho, disse que essa simbiose está "sujeita a futura configuração". Também<br />

examinou o alimento larval de 13 espécies de Meliponíneos (inclusive 4<br />

Meliponini) ... "encontrando aparentemente mais de uma espécie" de Bacillus em<br />

"todos os alimentos" dessas <strong>abelhas</strong>. A meu ver a função dos antibióticos cuja<br />

presença assinalei na samora ou saburá, é impedir a existência ali de certos<br />

microorganismos, seletivamente, ou seja, permitindo a presença de outros<br />

microorganismos.<br />

José Otavio Machado, nesse mesmo trabalho (1971 p. 633) formulou também a<br />

hipótese de que haveria "uma pré-digestão realizada pelo Bacillus". Esse autor<br />

estava pesquisando o Bacillus meliponotrophicus, mas às vezes se referia a<br />

Bacillus <strong>sem</strong>elhantes. Assim, afirmou que a ... "população do Bacillus sp chega a<br />

formar massa compacta e uniforme de células no polem estocado" dos<br />

Meliponíneos. Na sua opinião, os próprios Bacillus encontrados também no tubo<br />

digestivo de larvas e adultos, fariam .. "parte integrante da dieta".<br />

Sugiro ver, também, o que está escrito no Capítulo 26 sobre "Propriedades<br />

antibióticas do mel". Existem lá referências a diversos Bacillus encontrados no<br />

mel e que provavelmente também ocorrem na samora ou saburá.<br />

D. W Roubik, (1989 p.227) relatou que os trabalhos de M. Guillian em 1979 e<br />

deste e seus colaboradores em 1984 e 1985, mostraram que 5 espécies de Bacillus<br />

participam, no dizer de D. W. Roubik (loc. cit.) "na conversão metabólica dos<br />

alimentos da abelha, o que pode ajudar na sua digestão". Essas bactérias<br />

produzem antibióticos e competem com sucesso com outras bactérias que são<br />

tóxicas ou que deterioram substâncias orgânicas. Conforme D. W. Roubik<br />

também explicou (loc. cit.) as referi<strong>das</strong> bactérias foram encontra<strong>das</strong> em 5 espécies<br />

de <strong>abelhas</strong>, duas <strong>das</strong> quais de vida social avançada (eusociais): a Apis mellifera e<br />

uma Trigona necrófaga, possivelmente a MOMBUCA CARNÍVORA (T.<br />

hypogea).<br />

M. Guillian, D. W. Roubik & B. J. Lorenz (1990 pp.89-95) também fizeram<br />

uma série de pesquisas para aprofundar o estudo do papel que diversos<br />

microorganismos poderiam ter para "pré digerir, converter, fermentar e conservar<br />

os alimentos" <strong>das</strong> <strong>abelhas</strong>. Partiram do pressuposto de que o polem estocado pelas<br />

Apis mellifera difere bioquimicamente e microbiologicamente do polem<br />

considerado no momento em que é colhido e transportado por essas <strong>abelhas</strong>. Esses<br />

autores estudaram também 19 enzimas produzi<strong>das</strong> por Bacillus alvei, B. circulans<br />

e B. megaterium isolados do mel e do alimento larval, bem como B. megaterium<br />

isolado do polem de Melipona fasciata. Algumas amostras não continham<br />

Bacillus. Outros microorganismos estavam "relativamente" ausentes. Os Bacillus<br />

presentes poderiam produzir ácidos graxos, antibióticos e outros produtos que<br />

inibiriam organismos competidores como por exemplo fungos e outras bactérias,<br />

segundo os referidos pesquisadores.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!