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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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76 A QUESTÃO DOS MACHOS DIPLÓIDES<br />

<strong>abelhas</strong>. Poderiam (hipótese) bloquear ou estimular direta ou indiretamente a ação<br />

de genes feminilizantes, o que dependeria da quantidade desses ecdisteróides.<br />

A meu ver (Nogueira-Neto 1995 p.4) se o nível de ecdisteróides no<br />

embrião for relativamente baixo devido a uma situação de estresse numa colônia<br />

de Meliponíneos, nesse caso uma homozigose no locus xo produziria machos<br />

diplóides, como o princípio clássico de Whiting predisse. Os ovos poderiam<br />

conter quantidades variáveis de ecdisteróides, conforme houver ou não situações<br />

de estresse, refletindo assim o que ocorre na colônia. Se, porém, o nível de certos<br />

ecdisteróides no embrião for relativamente alto, não apareceriam machos<br />

diplóides. Nesse caso todos os indivíduos diplóides seriam fêmeas (rainhas e<br />

operárias). E uma teoria que elaborei. Um indício a seu favor é o que ocorre na<br />

formiga Pheidole pallidula. Segundo L. P Suzzoni, L. Passera & A. Strambi<br />

(1980), a quantidade de ecdisteróides presente nos ovos que tendem a produzir<br />

futuras rainhas é diferente da quantidade de ecdisteróides presente nos ovos que<br />

tendem a produzir futuras operárias. Isso indicaria que essas substâncias<br />

bioquímicas, no caso dos Meliponíneos, poderiam também ter o poder, conforme<br />

sua quantidade, de por em ação genes determinantes de rainhas ou genes<br />

determinantes de operárias. A meu ver, em quantidades menores, poriam em ação<br />

os genes masculinos em indivíduos diplóides e em todos haplóides. No que se<br />

refere aos Meliponíneos trata-se apenas de possibilidades em estudo, mas o que<br />

ocorre na formiga Pheidole pallidula já pode ser considerado como um indício<br />

bastante favorável à hipótese aqui apresentada.<br />

Recentemente (março 1996) um trabalho de Gerard Arnold, Brigitte<br />

Quenet, Jean-Marie Cornuet, Claudine Masson, Benoit De Scheppar, Arnoud<br />

Estoup & Patrick Gasqui (Nature 1996, vol. 379 p.498) mostrou que nas Apis<br />

mellifera, <strong>abelhas</strong> filhas do mesmo pai puderam distinguir <strong>abelhas</strong> filhas de outro<br />

pai, embora to<strong>das</strong> elas fos<strong>sem</strong> filhas da mesma rainha. Isso significa que o<br />

reconhecimento sugerido por F. L. Ratnieks em 1991 ( apud J. M. Cook & R. H.<br />

Crozier, 1995: 284) seria possível, em princípio.<br />

Talvez na realidade as rainhas virgens e os machos portadores do mesmo<br />

"alelo de sexo" possam se reconhecer e evitar o acasalamento homozigoto.<br />

Contudo, na minha opinião, esse reconhecimento não ocorrerá se houver uma<br />

situação de estresse e de baixa produção de ecdisteróides ou de ou de outra<br />

substância hormonal com a ação na determinação dos sexos. Se o reconhecimento<br />

funcionasse <strong>sem</strong>pre com os bons resultados aqui mencionados, evidentemente não<br />

existiriam machos diplóides.<br />

A teoria que apresentei (Paulo Nogueira-Neto, 1995) tem a vantagem, a<br />

meu ver, de explicar também os casos em que aparecem machos diplóides de<br />

acordo com o princípio clássico de Whiting. Esses machos apareceriam em<br />

situações de estresse continuado. Além disso, explica os casos em que há<br />

endocruzamentos repetidos <strong>sem</strong> que surjam machos diplóides, como ocorre<br />

também em certos himenópteros parasitas. R. G. Schneider & P. W.

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