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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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268 AS PROPRIEDADES ANTIBIÓTICAS DO MEL<br />

livres. Como se sabe o pH neutro é 7. Quanto mais abaixo de 7, maior é a acidez.<br />

Quanto mais acima de 7, mais alcalino é o meio. M. Cortopassi-Laurino & D. S.<br />

Gelli (1991 p-64) nas 14 amostras de méis de Meliponíneos que examinaram,<br />

encontraram na média geral um pH de 3,71 e uma taxa de acidez livre de 14,31.<br />

Em 20 amostras de mel de A mellifera scutellata no Brasil, as referi<strong>das</strong> autoras<br />

encontraram na média geral um pH de 3,90 e uma taxa de acidez livre de 12,35.<br />

Satoko Iwama (como Marilda Cortopassi-Laurino, foi minha orientada de pósgraduação)<br />

anotou (1977 p-50) nos méis de JATAÍ (Tetragonisca angustula) um<br />

pH médio de 4,2 com uma amplitude de 3,2 a 7,4. J. W. White (in P. Molan, 1991<br />

p.18), afirmou que os méis de Apis mellifera tem um pH entre 3,2 e 4,5. Mais<br />

adiante examinarei novamente com dados. A dissertação de mestrado de Satoko<br />

Iwama foi sobre a JATAÍ. Essa abelha é <strong>das</strong> mais promissoras na meliponicultura<br />

(Fig. 26).<br />

Embora exista alguma discussão sobre a importância de pH na ação<br />

antibacteriana dos méis, é fácil compreender a sua relevância quando se considera,<br />

como Thimann (1963, apud P. Molan, 1992 p.18), que os microorganismos<br />

patogênicos para os animais têm um pH ótimo para o seu crescimento de 7,2 a<br />

7,4; algumas espécies de bactérias causadoras de enfermidades têm os seguintes<br />

pH mínimos para o crescimento: Escherichia coli: 4,3; Salmonella spp: 4,0;<br />

Pseudomas aeruginosa: 4,4; Streptococcus: 4,5. Isso significa que na média (pH<br />

3,71) o pH dos méis de Meliponíneos é suficientemente baixo para impedir o<br />

crescimento desses microorganismos. Como se trata de média, isso quer dizer que<br />

em muitos casos (mas não em todos) a acidez dos méis dos Meliponíneos impede<br />

o crescimento desses micróbios prejudiciais. A E. coli, convém salientar, existe<br />

<strong>sem</strong>pre nos nossos intestinos, onde pode ou não causar problemas.<br />

D. Adcock, (1962) mostrou haver uma relação entre o peróxido de hidrogênio<br />

(H 2 O 2 ) e a inibina, no mel. A enzima catalase destruiu ambos, segundo verificou.<br />

Ainda não se sabia serem a mesma coisa.<br />

Logo a seguir, Jonathan W White, Mary H. Subers & Abner I. Schepartz (1963<br />

p.57) demonstraram que a inibina, assim denominada e considerada por H. Dold,<br />

O. H. Du & S. T. Dziao, em 1937, como o grande fator antibacteriano do mel, era<br />

simplesmente o peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ). J. W. White e seus colaboradores<br />

acima referidos (1963 p.58) verificaram que esse peróxido era produzido pela<br />

ação de uma enzima, a glucose-oxi<strong>das</strong>e, durante uma reação bioquímica que se<br />

desenvolve no mel e que produz também o ácido glucônico. Descobriram que este<br />

é o principal ácido existente no mel. Os referidos autores fizeram outra<br />

constatação importante: a enzima chamada glucose-oxi<strong>das</strong>e fica praticamente<br />

inativa em méis de Apis mellifera plenamente maduros. Por outro lado,<br />

verificaram que a produção de peróxido de hidrogênio ocorre de modo intenso<br />

quando o mel está diluído o que favoresce a atividade da glucose oxi<strong>das</strong>e. Quando<br />

se dilui o mel a atividade

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