11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

358 OS FURTOS E ROUBOS EFETUADOS POR ABELHAS<br />

colônias fracas de Apis mellifera pilha<strong>das</strong> e liquida<strong>das</strong> aparentemente pela<br />

IRATIM ou LIMÃO (Lestrimelitta limao). O sr. Desidério Dal Santo, de<br />

Soledade, Rio Grande do Sul, relatou pilhagens feitas pela IRATIM ou LIMÃO a<br />

colônias de abelha européia (comunicação pessoal). Segundo a Professora Vera L.<br />

Imperatriz-Fonseca me disse, vários apicultores lhe informaram que núcleos ou<br />

colônias fracas de Apis mellifera foram ataca<strong>das</strong> com sucesso pelas IRATIM ou<br />

LIMÃO nas regiões Sul e Sudeste da Federação Brasileira. O Professor M.<br />

Stejskal (1962 p.271), na Venezuela, teve dois núcleos de Apis mellifera pilhados<br />

também por L. limao. Jorge Gonzalez-Acereto (1991) descreveu como as NIIT<br />

KIB (Lestrimelitta sp) atacam e pilham as AMERICANAS (Apis mellifera) no<br />

Yucatan, México. Disse, inclusive, que as Lestrimelitta mordem as larvas <strong>das</strong> Apis<br />

mellifera para extrair suco <strong>das</strong> mesmas.<br />

No Paraguai, H. Jacob (1932 p.152) referiu-se a um assalto de um Meliponíneo<br />

"torce cabelos" às Apis mellifera. Se era "torce cabelos" não era Lestrimelitta.<br />

Num caso, uma colônia da pequenina JATAI (Tetragonisca angustula)<br />

desalojou uma colônia fraca de Apis mellifera L., conforme informação pessoal do<br />

eng. agr. Wolfgang Krause. Aliás, não é de hoje que se conhece a grande<br />

capacidade de luta da JATAÍ. Assim, Hermann Müller (1875 pp.53-54), como já<br />

expliquei descreveu a defesa eficiente dessas <strong>abelhas</strong>, face aos ataques da Apis<br />

mellifera européia.<br />

Ataques e roubos dos Apíneos aos Meliponíneos<br />

Às vezes as Apis mellifera atacam e saqueiam as <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong> ferrão.<br />

Há diversas ocorrências registra<strong>das</strong> na literatura especializada, como se pode ver<br />

por exemplo, na magnífica obra de Herbert F. Schwarz (1948 pp.87-88). Esses e<br />

vários outros casos merecem ser conhecidos.<br />

A. Hannemann (1872 p.207), grande pioneiro da apicultura no Sul do Brasil,<br />

afirmou que as <strong>abelhas</strong> européias apreciam muito o cerume. Posso confirmar isso.<br />

Quando podem, as Apis mellifera roubam o cerume dos ninhos dos Meliponíneos.<br />

Na realidade, isso raramente acontece, porque as <strong>abelhas</strong> indígenas <strong>sem</strong> ferrão<br />

defendem-se bem.<br />

Até mesmo na França, onde os Meliponíneos não são nativos, E. Drory (M. J.<br />

A. Girard 1879 p 712) viu lutas entre a Apis mellifera e a Tetragonisca angustula<br />

(naquela época chamada Trigona angustula).<br />

Hermann Müller (1875 pp.53-54), tendo recebido na Alemanha uma colônia de<br />

JATAÍ (Tetragonisca angustula) enviada por seu irmão Fritz Müller, ilustre<br />

naturalista germano-catarinense, observou como estas abelhinhas se defendiam<br />

<strong>das</strong> Apis mellifera. Estas pretendiam roubar o seu mel. As JATAÍS prendiam-se<br />

pelas mandíbulas nas asas <strong>das</strong> Apis pilhadoras, impedindo-as de voar.<br />

F. Benton (1894 p.23), em Java, referiu-se a tentativas da Apis mellifera<br />

(introduzi<strong>das</strong> de Chipre e da Palestina) para invadir colônias de um Meliponíneo<br />

nativo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!