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Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

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ALGUNS MÉIS, MELATOS E SAMORAS/SABURÁS (PÓLENS) TÓXICOS PARA<br />

PESSOAS<br />

"efetivamente inibiram" o crescimento dessa bactéria. É importante notar também, que<br />

"níveis menores de sal ou açúcares podem não impedir o crescimento e a produção da<br />

toxina, mas podem ter um efeito de retardamento" (W. G. Murrell 1976, apud E. J.<br />

Rhodehamel, N. R. Reddy & M. D. Pierson, 1992 p.135). Embora muito raramente,<br />

num mel mais aquoso, como por exemplo, em mel não maduro, que tenha sido ainda<br />

pouco desidratado, é possível haver uma porcentagem relativamente baixa de açúcares.<br />

Nesse caso, o C. botulinum poderia se desenvolver ali.<br />

Se considerarmos que minerais, proteínas e outros constituintes diversos seriam<br />

equivalentes a 4% do mel e somarmos isso à água existente nos méis dos<br />

Meliponíneos, teríamos nas 14 amostras examinados por Marilda Cortopassi-Laurino<br />

& Dilma S. Gelli (1991 p.64), cerca de 78% a 60% de açúcares nos méis de<br />

Meliponíneos. Assim, como vimos no parágrafo anterior, nesses méis a bactéria<br />

botulínica (Clostridium botulinum) não poderia crescer e produzir sua toxina, seja<br />

devido ao pH (quase <strong>sem</strong>pre), ou seja por causa da porcentagem dos açúcares<br />

(praticamente <strong>sem</strong>pre) presentes no mel. Em relação à samora/saburá (polem)<br />

armazenada, o único dado de pH de samora/saburá pastoso, é de pH 2,95, medido pelo<br />

Dr. Bergstrom Lourenço no IPT em São Paulo (SP). A amostra foi colhida em colônia<br />

de MANDAÇAIA (Melipona quadrifasciata) segundo J. H. Welsh, P. Nogueira-Neto,<br />

C. P. Jaeger & A. A. A. Lopez, (1965 p-125) e informações escritas mas não publica<strong>das</strong><br />

(de E Nogueira-Neto, 1955). Essa é uma acidez demasiada para o desenvolvimento do<br />

C. botulinum. Contudo, um único dado é insuficiente para formular uma conclusão.<br />

Logicamente, se forem preenchi<strong>das</strong> to<strong>das</strong> as condições favoráveis, e havendo a<br />

presença da bactéria botulínica ou dos seus resistentes esporos, a toxina botulínica será<br />

produzida. Se isso acontecer, haverá então casos de botulismo entre as pessoas que<br />

ingerirem uma mistura de mel e samora/saburá contaminada com a toxina, e o mesmo<br />

acontecerá com outros alimentos. G. Sakagushi (1979 p. 396, 410) escreveu que "quase<br />

qualquer comida úmida", "não ácida", pode ser um meio propício ao crescimento do C.<br />

botulinum e à produção da sua toxina botulínica. Seria portanto de admirar que os<br />

ninhos de <strong>abelhas</strong> fos<strong>sem</strong> uma exceção à regra, embora as condições necessárias para<br />

essa produção sejam, como disse, muito raramente atingi<strong>das</strong> num mel.<br />

S. P. Sharma, S. D. Buche, V P. R. Pillai, C. I. Adinarayanaiah & T. V. Mathew<br />

(1993), na Índia, escreveram um artigo intitulado "Detecção da toxina de Clostridium<br />

botulinum no mel". Infelizmente, a redação dessa "comunicação curta" é de<br />

entendimento difícil. Como já disse, os esporos são formas de propagação muito<br />

resistentes do C. botulinum e de outras bactérias. A meu ver ao invés da toxina<br />

botulinica, possivelmente haveria apenas esporos de C. botulinum nas amostras de mel<br />

examina<strong>das</strong> pelos referidos pesquisadores. Contudo, a palavra "esporos" não consta<br />

desse artigo. 43 amostras de mel, presumidamente de Apis sp "foram processa<strong>das</strong> para<br />

detectar a presença da toxina botulinica". 3 dessas amostras mostraram

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