11.02.2014 Views

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

Vida e criação das abelhas indígenas sem ferrão - WebBee

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

OS FURTOS E ROUBOS EFETUADOS POR ABELHAS 359<br />

Root (1903 p.110) relatou que o Meliponíneo cubano (Melipona beecheii<br />

fulvipes) voa com "rapidez e fúria" para atacar a italiana ladra que se aproxima da<br />

sua colmeia.<br />

C. Raveret-Wattel (1875 p.740), citou observações de Louis Jacques Brunet,<br />

naturalista pioneiro, franco-nordestino, segundo as quais a URUÇU (Melipona<br />

scutellaris) inflige <strong>sem</strong>pre ferimentos mortais à Apis mellifera quando ambas<br />

lutam; a Apis, contudo, mata também a URUÇU se conseguir ferroa-la. Nesse<br />

caso, ambas perecem pois aquele Meliponíneo não larga mais a abelha européia.<br />

Rodolfo von Ihering (1940 pp.435-436) citou as observações do Padre M. N.<br />

Martins, segundo as quais as JATAÍS (Tetragonisca angustula) inutilizavam as<br />

asas <strong>das</strong> Apis mellifera que vinham roubar o mel da sua colmeia que fora aberta.<br />

O Padre Martins confirmou assim, as observações anteriores de Hermann Müller<br />

(op.cit.).<br />

Ern Tanzânia, na África, F. G. Smith (1952 p.3) referiu-se a "<strong>abelhas</strong> melíferas<br />

pilhadoras," as quais são ataca<strong>das</strong> pelas Axestotrigona erythra togoensis<br />

(Stadelman) (para ele Trigona togoensis). Na sua defesa contra as pilhadoras de<br />

ferrão, esses Meliponíneos penduram-se nas asas <strong>das</strong> Apis com as suas "...<br />

poderosas mandíbulas. Com as <strong>abelhas</strong> <strong>sem</strong> ferrão nessa posição, as <strong>abelhas</strong><br />

melíferas são incapazes de ferroar ou mordê-las, e têm que se retirar". Como se<br />

vê, a tática de luta dos Meliponíneos é a mesma, nas Américas ou na África.<br />

De acordo com a minha experiência, as <strong>abelhas</strong> melíferas européias ou<br />

africanas de ferrão, não oferecem perigo direto sério aos Meliponíneos. Estes<br />

defendem-se bem, como aliás outros autores já verificaram. Muito maior é o<br />

perigo indireto, representado pela concorrência <strong>das</strong> Apis mellifera nas flores. Noel<br />

Kempff-Mercado (1966 p.52) notou, na Bolívia, que as colmeias de Meliponíneos<br />

não devem "... ser coloca<strong>das</strong> en las proximidades de grandes colmenares des<br />

genero Apis, por cuanto su rendimiento disminuye notablemente..." Isso de uma<br />

maneira geral, havendo exceções (inf. pessoal de Kempff-Mercado). Na realidade,<br />

também as Apis produzem menos por unidade quando há demasia<strong>das</strong> colmeias<br />

num lugar. L. Gedde (1721 p.97) já dizia: "cuidado para não superlotar seu campo<br />

com demasia<strong>das</strong> colônias."<br />

Há momentos nos quais a presença de pilhadoras de ferrão é <strong>das</strong> mais<br />

indesejáveis. Isso ocorre principalmente quando o meliponicultor está transferindo<br />

uma colônia de <strong>abelhas</strong> indígenas para uma nova colmeia. Nessa ocasião, a<br />

comunidade dos Meliponíneos está desorganizada e oferece pouca ou nenhuma<br />

resistência. Em conseqüência, dezenas ou até mesmo centenas de Apis mellifera<br />

vêm pilhar as provisões ou o cerume que se acham expostos.<br />

Quando isso acontece, o trabalho do meliponicultor torna-se precário.<br />

Dificilmente, nessas circunstâncias, a operação de transferência deixará de ser<br />

prejudicada com a pilhagem feita pelas Apis mellifera. O resultado quase<br />

inevitável são algumas ferroa<strong>das</strong> dolori<strong>das</strong> no meliponicultor, perigosas para<br />

quem é alérgico às mesmas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!