fundamentos de fÃsica iii fundamentos de fÃsica iii - Departamento de ...
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Diversos dispositivos construídos pelo ser humano não apresentam esse<br />
comportamento. Nas figuras 19.1 (b) e (c) temos dois exemplos <strong>de</strong> condutores que<br />
não têm comportamento linear e cujo uso em circuitos elétricos advém exatamente<br />
<strong>de</strong> seus comportamentos incomuns na natureza. Estes são <strong>de</strong>nominados<br />
condutores não lineares ou não ôhmicos.<br />
Figura 19.1: Gráficos <strong>de</strong> corrente em função da tensão aplicada: (a) condutor<br />
ôhmico, (b) válvula <strong>de</strong> diodo e (c) diodo semicondutor.<br />
Nos três casos apresentados, e <strong>de</strong> forma geral, o inverso multiplicativo da<br />
inclinação em cada ponto <strong>de</strong> cada curva representa a resistência para cada valor da<br />
tensão.<br />
Em outras palavras, a inclinação representa a condutância do material em<br />
cada ponto da curva. A condutância, S, é <strong>de</strong>finida pela expressão i = SV, mas<br />
raramente é utilizada.<br />
A imensa maioria, <strong>de</strong>ntre todos os objetos condutores, tem um<br />
comportamento <strong>de</strong>scrito pela curva apresentada na figura 19.1a.<br />
Essa curva correspon<strong>de</strong> a uma reta que passa pela origem, ou seja, trata-se<br />
<strong>de</strong> uma proporção direta entre a corrente e a tensão. Isto indica que uma infinida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> objetos têm resistências cujos valores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das tensões a que estão<br />
submetidos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que mantidas inalteradas suas temperaturas.<br />
Esta observação correspon<strong>de</strong> à lei <strong>de</strong> Ohm (Georg Simon Ohm, 1781-<br />
1854):<br />
A lei <strong>de</strong> Ohm é uma relação empírica obtida da observação <strong>de</strong> que a<br />
maioria dos materiais apresenta o comportamento sugerido pela figura<br />
19.1(a).<br />
Po<strong>de</strong>mos fazer, no entanto, uma <strong>de</strong>dução clássica da lei <strong>de</strong> Ohm, baseada<br />
em um mo<strong>de</strong>lo microscópico que consi<strong>de</strong>ra um condutor como uma re<strong>de</strong> cristalina<br />
envolta por um gás <strong>de</strong> partículas que têm, por se chocarem constantemente com a<br />
re<strong>de</strong>, um movimento aleatório, com velocida<strong>de</strong> quadrática média em torno <strong>de</strong> 1600<br />
km/s.<br />
Quando é aplicado um campo elétrico esses elétrons são acelerados,<br />
ganhando, portanto, energia cinética. Ao se chocarem novamente com íons<br />
positivos, per<strong>de</strong>m completamente esta energia para a re<strong>de</strong>. Este processo continua<br />
e os elétrons ganham um pouco <strong>de</strong> energia, que é logo entregue à re<strong>de</strong> cristalina.<br />
Desta forma, os elétrons adquirem uma velocida<strong>de</strong> média, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
arraste<br />
v<br />
a<br />
, que permanece constante.<br />
Esse processo é diferente do que ocorre com elétrons sob a ação <strong>de</strong> um<br />
campo, no espaço livre, que são acelerados e têm sua velocida<strong>de</strong> aumentada<br />
continuamente.<br />
Consi<strong>de</strong>remos que o tempo médio entre dois choques <strong>de</strong> um elétron com a<br />
re<strong>de</strong> seja τ e que o tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> cada choque seja <strong>de</strong>sprezível; então, a<br />
cada intervalo <strong>de</strong> tempo τ cada elétron, em média, adquire (<strong>de</strong>vido à ação do<br />
campo elétrico) e per<strong>de</strong> (<strong>de</strong>vido aos choques com a re<strong>de</strong>) uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
A resistência da maioria dos condutores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos valores <strong>de</strong> tensão<br />
a eles aplicados, sendo a corrente produzida, em cada caso, diretamente<br />
proporcional à tensão aplicada.<br />
movimento<br />
mv<br />
a<br />
. Po<strong>de</strong>mos então dizer que a re<strong>de</strong> cristalina funciona como<br />
um meio viscoso que exerce uma força média contrária à que é exercida<br />
pelo campo elétrico, que leva os elétrons terem uma velocida<strong>de</strong> terminal: a<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arraste.<br />
Devido à forma da curva obtida nos gráficos como o da figura 19.1(a) os<br />
condutores que se comportam <strong>de</strong> acordo com a lei <strong>de</strong> Ohm são<br />
<strong>de</strong>nominados condutores ôhmicos ou lineares.<br />
elétrica:<br />
Igualando a perda média <strong>de</strong> momento por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo à força<br />
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