fundamentos de fÃsica iii fundamentos de fÃsica iii - Departamento de ...
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temos a transformação <strong>de</strong> energia elétrica em calor; em um motor temos a<br />
realização <strong>de</strong> trabalho; em capacitores po<strong>de</strong> se acumular energia nos campos<br />
elétricos gerados entre suas placas etc.<br />
Em qualquer circuito elétrico é importante a taxa com que um dispositivo<br />
entrega energia elétrica, ou a taxa com que o outro recebe esta energia. Imagine<br />
uma caixa que, externamente, tem dois contatos elétricos, mas que não nos<br />
permite saber o que há <strong>de</strong>ntro. Isto é uma “caixa preta” da qual só sabemos o que<br />
há <strong>de</strong>ntro quando ligamos nesses contatos dois eletrodos que fornecem uma<br />
diferença <strong>de</strong> potencial V e observa-se a passagem <strong>de</strong> uma corrente i .<br />
Quando uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga convencional dq atravessa a<br />
caixa, indo do potencial mais alto para o mais baixo ela entrega para o dispositivo<br />
<strong>de</strong>ntro da caixa uma energia V dq . A taxa com que o dispositivo recebe energia, ou<br />
seja, a potência, P , recebida é esta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia dividida pelo intervalo<br />
<strong>de</strong> tempo dt gasto pela carga para atravessar o elemento <strong>de</strong> circuito consi<strong>de</strong>rado.<br />
Po<strong>de</strong>mos, então, <strong>de</strong> acordo com a equação 20.1, escrever que, não importando que<br />
tipo <strong>de</strong> artefato esteja <strong>de</strong>ntro da caixa, a potência entregue é:<br />
P = Vi<br />
(20.5)<br />
Quando submetemos a uma diferença <strong>de</strong> potencial, não um dispositivo<br />
qualquer, mas um resistor, há produção <strong>de</strong> calor. Este efeito, que analisamos<br />
quando fizemos uma <strong>de</strong>dução clássica da lei <strong>de</strong> Ohm, é conhecido como efeito<br />
Joule.<br />
Usando a equação 19.1, po<strong>de</strong>mos eliminar a corrente na equação 20.5:<br />
ou po<strong>de</strong>mos eliminar a tensão e escrever:<br />
2<br />
V<br />
P = (20.6)<br />
R<br />
potência na forma <strong>de</strong> calor. Isto mostra que a resistência <strong>de</strong> um chuveiro elétrico,<br />
que dissipa uma potência <strong>de</strong> aproximadamente cinco quilowatts, é cinqüenta vezes<br />
menor que a <strong>de</strong> uma lâmpada <strong>de</strong> 100 watts.<br />
A equação 20.7 nos informa que se ligamos vários dispositivos em<br />
um circuito único, ou seja, em que todos os elementos são percorridos por uma<br />
mesma corrente, aquele que tiver maior resistência dissipará maior potência. No<br />
caso do chuveiro elétrico, queremos que haja geração apreciável <strong>de</strong> calor apenas<br />
na região por on<strong>de</strong> passa a água; por isso os fios que conduzem a corrente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
gerador até o chuveiro <strong>de</strong>vem ter resistência muito mais baixa que a do chuveiro.<br />
Isso é obtido usando fios condutores <strong>de</strong> cobre, que tem baixa resistivida<strong>de</strong>,<br />
razoavelmente grossos, e no chuveiro um resistor feito <strong>de</strong> alguma liga como níquelcromo,<br />
que tem alta resistivida<strong>de</strong> (<strong>de</strong>ntre os metais) e razoavelmente <strong>de</strong>lgado. O<br />
resistor do chuveiro não po<strong>de</strong> ser excessivamente fino, pois é necessário que ele<br />
dissipe a energia recebida, sem se fundir por excesso <strong>de</strong> temperatura; isso requer<br />
que o resistor tenha uma área mínima <strong>de</strong> contato com a água.<br />
EXEMPLO 20.1<br />
Qual a maior potência que um gerador, que tem resistência interna é r e cuja fem<br />
é ε , po<strong>de</strong> fornecer a um aquecedor cuja resistência é variável?<br />
SOLUÇÃO<br />
De acordo com as equações 20.1 e 20.10, ligando o gerador diretamente aos<br />
terminais do aquecedor <strong>de</strong> resistência R, temos que:<br />
ε − ri = Ri<br />
(20.8)<br />
o que nos permite encontrar a corrente que percorre o circuito:<br />
i =<br />
ε<br />
( R + r)<br />
(20.9)<br />
2<br />
P = Ri<br />
(20.7)<br />
A equação 20.13 po<strong>de</strong>, então, ser escrita como função das resistências:<br />
A equação 20.6 nos diz que se submetermos as extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vários<br />
resistores a uma diferença <strong>de</strong> potencial fixa, aquele que tiver menor resistência, vai<br />
receber uma maior potência do gerador <strong>de</strong> fem e, obviamente, vai dissipar a maior<br />
304<br />
⎡<br />
P = R⎢<br />
⎣<br />
ε<br />
⎤<br />
2<br />
2<br />
ε R<br />
=<br />
R + r<br />
( ) ( ) . 2<br />
R + r<br />
⎥<br />
⎦<br />
(20.10)<br />
305