fundamentos de fÃsica iii fundamentos de fÃsica iii - Departamento de ...
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AULA 1 : CARGAS ELÉTRICAS<br />
OBJETIVOS<br />
• DISCUTIR A NATUREZA DOS FENOMENOS ELÉTRICOS<br />
• DESCREVER OS VÁRIOS ASPECTOS DA CARGA ELÉTRICA, INCLUINDO SEU CARÁTER<br />
DISCRETO E QUANTIZADO<br />
• DESCREVER O FENÔMENO DE ELETRIZAÇÃO POR ATRITO, INDUÇÃO E POLARIZAÇÃO<br />
• RECONHECER A DIFERENÇA ENTRE ISOLANTES E CONDUTORES<br />
1.1 ELETRIZAÇÃO POR ATRITO<br />
Os primeiros registros dos quais se tem notícia, relacionados com<br />
fenômenos elétricos, foram feitos pelos gregos. O filósofo e matemático Thales <strong>de</strong><br />
Mileto (séc. VI a.C.) observou que um pedaço <strong>de</strong> âmbar (pedra amarelada gerada<br />
pela fossilização <strong>de</strong> folhas e seiva <strong>de</strong> árvores ao longo do tempo), após atritada<br />
com a pele <strong>de</strong> um animal, adquiria a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair corpos leves como<br />
pedaços <strong>de</strong> palha e sementes <strong>de</strong> grama.<br />
Cerca <strong>de</strong> 2000 anos mais tar<strong>de</strong> o médico inglês William Gilbert (1544 --<br />
1603) fez observações sistemáticas <strong>de</strong> alguns fenômenos elétricos, que resultaram<br />
nas seguintes constatações:<br />
(a) vários outros corpos, ao serem atritados por contato com outros corpos,<br />
comportavam-se como o âmbar;<br />
(b) a atração exercida por eles se manifestava sobre qualquer outro corpo.<br />
Gilbert introduziu os termos "eletrizado", "eletrização" e "eletricida<strong>de</strong>",<br />
nomes <strong>de</strong>rivados da palavra grega para âmbar: elektron, visando <strong>de</strong>screver tais<br />
fenômenos.<br />
1.1.1 QUAL A NATUREZA DA ELETRICIDADE?<br />
O cientista francês François du Fay (1698--1739) procurou dar uma<br />
explicação à esse fenômeno da eletrização. Observando que um corpo era repelido<br />
após entrar em contato com um outro corpo eletrizado, concluiu que dois corpos<br />
eletrizados sempre se repelem. Entretanto esta idéia teve <strong>de</strong> ser modificada <strong>de</strong>vido<br />
à novas observações experimentais que a contradiziam. O próprio du Fay observou<br />
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que um pedaço <strong>de</strong> vidro atritado com seda atraía um pedaço <strong>de</strong> âmbar que tivesse<br />
sido previamente atritado com pele; isto é, a experiência mostrou que dois corpos<br />
eletrizados po<strong>de</strong>riam se atrair.<br />
Baseando-se num gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> experiências, lançou, então, em 1733,<br />
as bases <strong>de</strong> uma nova hipótese que teve gran<strong>de</strong> aceitação durante todo o século<br />
XVIII. Segundo ele, existiam dois tipos <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>: eletricida<strong>de</strong> vítrea<br />
(aquela que aparece no vidro após ele ser atritado com seda) e eletricida<strong>de</strong><br />
resinosa (aquela que aparece no âmbar atritado com pele). Todos os corpos que<br />
possuíssem eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mesmo nome (vítrea ou resinosa) repeliriam-se uns aos<br />
outros. Por outro lado, corpos com eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nomes contrários, atrairiam-se<br />
mutuamente.<br />
Sua teoria ficou conhecida como a teoria dos dois fluidos elétricos (o<br />
vítreo e o resinoso), a i<strong>de</strong>ia sendo que em um corpo normal esses fluidos se<br />
apresentariam na mesma quantida<strong>de</strong>. Portanto, <strong>de</strong> acordo com essas i<strong>de</strong>ias, a<br />
eletricida<strong>de</strong> não era criada quando um corpo era atritado, os fluidos elétricos já<br />
existiam nos corpos e o que acontecia após os corpos serem atritados era uma<br />
redistribuição <strong>de</strong>stes fluidos.<br />
ATIVIDADE 1.1<br />
Você po<strong>de</strong> verificar as primeiras observações dos fenômenos elétricos com um<br />
pequeno e simples experimento. Corte pequenos pedaços <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costura, por<br />
exemplo, com aproximadamente 2 cm <strong>de</strong> comprimento. Alternativamente você<br />
Você po<strong>de</strong> também cortar um pedaço <strong>de</strong> papel em vários pedacinhos. Atrite bem a<br />
extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma caneta com um pedaço <strong>de</strong> flanela ou pano <strong>de</strong> algodão ou<br />
ainda outro material sintético como, por exemplo, o poliéster. Aproxime a<br />
extremida<strong>de</strong> que foi atritada da caneta <strong>de</strong>sses pedacinhos <strong>de</strong> linha (ou <strong>de</strong> papel).<br />
Descreva o que ocorre.<br />
Como frequentemente acontece em Física, apareceu uma outra explicação<br />
com base nos mesmos fenômenos. Vamos à segunda teoria: o cientista americano<br />
Benjamin Franklin (1701--1790), interessado no assunto, também realizou um<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> experimentos que contribuiram <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva para a<br />
compreensão da natureza da eletricida<strong>de</strong>.<br />
Foram duas as suas contribuições fundamentais: primeiro formulou a<br />
hipótese <strong>de</strong> um fluido único. De acordo com sua teoria os corpos não eletrizados<br />
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