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Confissões do pastor - Caio Fábio

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produção <strong>do</strong> programa de televisão, quan<strong>do</strong> algo inusita<strong>do</strong> aconteceu.<br />

Meu carro era uma Brasília vermelha, cain<strong>do</strong> aos pedaços. Sob meus pés era possível ver o<br />

asfalto passan<strong>do</strong>, tamanho era o rombo no chão <strong>do</strong> carro. Vínhamos descen<strong>do</strong> a rua Tefé, que, de<br />

tão íngreme, dá vontade de deixar o carro descer livre. Quan<strong>do</strong> cruzamos a avenida Castelo<br />

Branco, já estávamos a uns oitenta quilômetros de velocidade. De repente, percebi que um jipe<br />

vinha em alta velocidade na mão oposta à nossa. Subitamente ele saiu de seu la<strong>do</strong> e veio sobre<br />

nós. A velocidade com a qual tu<strong>do</strong> aconteceu foi tão grande, que não pude esboçar nenhuma<br />

reação, a não ser fechar os olhos, proteger a face e preparar-me para a batida:<br />

— Jesus! — gritamos juntos.<br />

Bum, foi o estron<strong>do</strong>.<br />

O choque havia aconteci<strong>do</strong>. Fomos joga<strong>do</strong>s para o outro la<strong>do</strong> da rua. Quan<strong>do</strong> abrimos os<br />

olhos, estávamos sobre a calçada. Olhei para mim e constatei que estava intacto. Heral<strong>do</strong><br />

também. Estávamos apenas completamente brancos de susto. Do outro la<strong>do</strong> da rua estava o jipe.<br />

O motorista nos olhava com os olhos estatela<strong>do</strong>s. Tentei abrir a porta <strong>do</strong> carro e sair na sua<br />

direção, mas ele ligou o carro e partiu cantan<strong>do</strong> pneu, viran<strong>do</strong> à direita na primeira rua e<br />

sumin<strong>do</strong>. Heral<strong>do</strong> e eu saímos <strong>do</strong> carro e ficamos procuran<strong>do</strong> o lugar da batida. Naquela lata<br />

velha, até um vento mais forte poderia deixar a marca. Nada. Não encontramos nada.<br />

— Pastor, que bateu, bateu. Eu senti. A gente foi joga<strong>do</strong> de lá pra cá. Como é que pode não<br />

ter aconteci<strong>do</strong> nada nem com o carro, nem com a gente e nem com o outro cara? —<br />

perguntou-me Heral<strong>do</strong> perplexo, fazen<strong>do</strong> a mesma pergunta que eu não cessava de fazer a mim<br />

mesmo desde que saíra <strong>do</strong> carro e constatara aquela coisa estranha.<br />

— Meu irmão, acho que Deus man<strong>do</strong>u Seu anjo. Acho que o barulho que a gente ouviu foi o<br />

<strong>do</strong>s carros se chocan<strong>do</strong> com a mão <strong>do</strong> anjo <strong>do</strong> Senhor — falei, fazen<strong>do</strong> uma confissão de fé que<br />

para a maioria das pessoas modernas pareceria um delírio alucina<strong>do</strong>. Para mim, entretanto, não<br />

havia dúvida. As forças <strong>do</strong> mal haviam tenta<strong>do</strong> barrar o meu caminho, mas o Senhor estendera a<br />

mão para nos proteger e nos fazer chegar a um outro chão, onde Seus propósitos teriam<br />

continuidade nas nossas existências. Isto porque, quan<strong>do</strong> se anda na presença de Deus, pode-se<br />

contar com a conspiração <strong>do</strong>s anjos e isso não só pára os carros, mas nos capacita a passar sobre o<br />

dia da morte na direção de novas fronteiras de vida e possibilidades.

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