Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

estão indo trabalhar como decasséguis no Japão. Haru é<br />
tomada por uma emoção profunda, quando pensa na<br />
"mudança dos tempos".<br />
- São 70 anos desde que a senhora foi para o Brasil, vovó!<br />
É natural que tudo mude... tanto no Brasil como no Japão.<br />
O que não muda é a grande dádiva que o Brasil recebe do<br />
sol e do solo. Antigamente, os produtos agrícolas ficavam à<br />
mercê do clima e os lavradores tinham que ficar de braços<br />
cruzados, sofrendo com as intempéries da natureza. Mesmo<br />
assim, continuaram a trabalhar e conseguiram realizar o desejo<br />
de retornar ao Japão.<br />
O temperamento alegre dos brasileiros e o progresso da<br />
civilização ajudaram muito. A distância que separa o Japão e<br />
o Brasil, cujo percurso demorava um mês e meio no vapor de<br />
imigrantes, é feita, atualmente, em 24 horas de avião. Haru<br />
se sentia grata por ter sobrevivido, até os dias de hoje, para<br />
usufruir destes benefícios.<br />
Haru voltou novamente a passar o pano no quarto. Yamato<br />
estava desfazendo as bagagens e arrumando os móveis e os<br />
utensílios. Yamato levará a vida de universitário naquele<br />
quarto.<br />
- Pode deixar, vovó! A senhora vai se cansar. Pode deixar<br />
que eu faço o resto. Volte logo ao hotel e descanse.<br />
- É que não consigo ficar sem fazer nada, só esperando<br />
as cartas de Natsu chegarem. Os movimentos ajudam a me<br />
distrair.<br />
Kunio despachara as cartas de Natsu via aérea, mas não<br />
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