Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Brasil. - Tatsuo gritava em português como se quisesse<br />
fortalecer a sua argumentação.<br />
- Não é uma questão de lógica. Exatamente por vivermos<br />
no exterior é que eu quero preservar para sempre o espírito<br />
japonês. Essa era a vontade do vovô, quando resolveu imigrar<br />
para cá. E quero respeitar essa vontade.<br />
- Tanto os japoneses como os brasileiros são seres<br />
humanos iguais. Uma discriminação racial como essa é<br />
imperdoável. Isso é uma barbaridade!<br />
- Você pode reclamar o quanto quiser. Eu não quero! Nós<br />
somos japoneses. Não quero que nos tornemos brasileiros.<br />
- E o senhor, papai, o que o senhor tem a dizer? O senhor<br />
não disse que conhecia bem Maria e que ela era uma boa<br />
moça?<br />
- Quando vou a São Paulo, sempre passo na casa dos<br />
meus pais e conheço tanto a Maria como os pais dela. Eles<br />
são ótimas pessoas. Porém, a conversa é outra quando se fala<br />
nela se tornar nossa nora. Ela fará parte da família. Se sua<br />
mãe é contra, não há como aceitá-la. Isso será doloroso para<br />
a Maria, mas nossa família também se desintegraria.<br />
- Tatsuo, para que a gente possa viver aqui no Brasil, a<br />
família tem que estar unida. Não faça coisas que provoquem<br />
desarmonia na família. Eu penso assim.<br />
Não se tratava mais de diferença de opiniões baseada num<br />
conflito entre gerações. Até mesmo Kunio estava contra o<br />
irmão. Tatsuo ficara totalmente isolado, mas ele acabou por<br />
encontrar uma saída, curiosamente, nas palavras de Haru, que<br />
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