Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

primogênito da família, sentia-se responsável e ao mesmo<br />
tempo impotente por ter de despachar os dois irmãos menores<br />
e respectivos familiares, como se estivesse expulsando-os.<br />
- Sinto muito mesmo. Acabei expulsando vocês de casa...<br />
- Você não tem que pedir desculpas. Você não tem culpa.<br />
O que está errado é uma família tão grande viver dependendo<br />
deste mísero terreno. Você é o sucessor da família Takakura<br />
e não pode abandonar esta roça que papai deixou, depois de<br />
sofrer tanto, vindo da província de Akita como desbravador.<br />
Então, o correto é que eu, o segundo filho, e Yozo, o terceiro<br />
filho, saiamos daqui. Dizem que no Brasil, a falta de mãode-obra<br />
é grande. Como a cultura do café está em alta, o salário<br />
também é bom. Parece que trabalhando três anos, dá para<br />
ganhar o suficiente para regressar ao Japão e comprar uma<br />
roça grande e construir uma casa.<br />
Pelo tom da conversa, Chûji parecia ter levado a sério as<br />
explicações e o conteúdo do folheto da companhia de<br />
emigração, mas Yozo, seu irmão mais novo, parecia estar<br />
um pouco incrédulo.<br />
- Você está confiando muito na propaganda de<br />
recrutamento de emigrantes para o Brasil. Será que existe<br />
mesmo uma conversa tão boa?<br />
- Ainda está dizendo uma coisa dessas? O tamanho do<br />
Brasil nem se compara com o do Japão, este minúsculo<br />
arquipélago. Aqui em Hokkaido, não se pode trabalhar metade<br />
do ano devido à neve. Porém, no Brasil, é verão o ano inteiro.<br />
Imagine você trabalhando o ano inteiro! Conforme aquele<br />
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