Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

café fossem tiradas pelas ervas daninhas, tinham que carpir o<br />
quanto antes. Toda a família de Haru fazia esse trabalho de<br />
capinação, mas em virtude do calor escaldante que<br />
experimentavam pela primeira vez e também pelo trabalho<br />
pesado, estavam todos tão exaustos que não tinham ânimo<br />
nem para falar.<br />
Falavam de capinação, mas não era como arrancar com<br />
as mãos as ervas daninhas do quintal. Utilizava-se uma<br />
ferramenta apropriada para capinação, denominada enxada,<br />
que deveria ser fincada duas a três vezes nas raízes do mato e<br />
puxado, cortando as ervas. Se o ângulo de entrada da enxada<br />
na terra fosse muito fundo, a raiz da planta que ficou coberta<br />
de terra começava a crescer em pouco tempo, nascendo um<br />
novo broto. Se o ângulo fosse muito raso, a enxada<br />
escorregava pela superfície das ervas daninhas e nada seria<br />
capinado. O difícil era ajustar a força. A limpeza da área com<br />
8.000 pés de café era realizada dessa forma.<br />
Como era um trabalho para o qual não estavam<br />
acostumados, acabavam fazendo força desnecessária no<br />
corpo. Os quadris e as costas se enrijeciam, ficando logo sem<br />
movimento. Apoiava-se o corpo na enxada, controlando a<br />
respiração e segurando-a de novo. Embora o espírito seja<br />
impaciente, às vezes, o corpo não obedece. No céu, raios<br />
abrasadores queimavam impiedosamente a cabeça dos<br />
colonos, que acabavam perdendo as forças até para enxugar<br />
o suor.<br />
Para Haru, já era trabalhoso fincar a enxada. Mesmo<br />
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