Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

pessoas paupérrimas, provenientes da zona rural. Aqueles que<br />
podiam vender a sua propriedade e levar algum dinheiro<br />
consigo tinham uma certa folga, mas a família Takakura nem<br />
podia fazer isso, porque a família do primogênito iria ficar.<br />
- Não posso fazer nada para ajudar na partida de vocês<br />
para o Brasil. Perdoem-me.<br />
Chûji respondeu com ternura, diante do pedido de<br />
desculpas de Nobu:<br />
- Não precisamos de nada. A passagem de navio, de<br />
duzentos ienes, será paga pelo governo. Até a hospedaria,<br />
onde ficaremos por uma semana em Kobe, até a partida do<br />
navio, será de graça. Além disso, o governo fornece cinqüenta<br />
ienes por cabeça para os preparativos. Mesmo Haru e Natsu<br />
vão receber vinte e cinco ienes. Podemos ir para o Brasil,<br />
mesmo sem ter um centavo sequer. No Brasil, o dono da<br />
fazenda estará esperando com uma casa para a gente morar,<br />
e vamos começar a trabalhar imediatamente. Trabalhando, a<br />
gente pode viver. Então, não há com o quê se preocupar.<br />
- Que inveja! Se o Yosaku não fosse o primogênito, nós<br />
é que queríamos ir.<br />
Chûji não ligou para Kane, que falava em tom de ironia.<br />
- Yosaku, por favor, cuide da mamãe até eu voltar.<br />
Mamãe, voltando do Brasil, vou construir uma casa para a<br />
senhora numa região que não neva, e virei buscá-la. Espereme.<br />
Agüente firme por três anos.<br />
Contendo os seus sentimentos de tristeza, Nobu aquiesceu<br />
sorrindo.<br />
- 28 -