Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

-Oito mil...?<br />
- Quanto mais pés cuidarmos, maior será o nosso ganho.<br />
E, quanto à colheita de grãos de café, que começa depois de<br />
amanhã, o pagamento é feito por saca. Por isso, quanto mais<br />
pessoas tiver, maior será o ganho.<br />
Chüji não sabia objetivamente, que volume de trabalho<br />
representava a colheita de oito mil pés de café.<br />
O requisito para cada família de imigrante contratada<br />
como colono ou trabalhador contratado, era ter mais de três<br />
pessoas, acima de 12 anos, aptas para o trabalho. Essa era a<br />
idade considerada apta ao trabalho de colheita. Assim, haviam<br />
seis pessoas na família Takakura que podiam trabalhar: Chüji,<br />
Shizu, Shigeru, Minoru, Yozo e Kiyo. Haru, que tinha apenas<br />
nove anos, não era considerada capaz.<br />
Raciocinando de forma simples, quanto mais pés de café<br />
e mão-de-obra tivessem, o volume de colheita diário e o<br />
número de sacas aumentariam. E assim, a receita também<br />
aumentaria. Contudo, tanto Haru quanto Chüji e os demais<br />
membros da família iam perceber que a lógica não funcionava<br />
de forma tão simples.<br />
- Como a sua área fica no fundo da fazenda, dá um pouco<br />
de trabalho ir até lá e voltar a pé, mas vocês se acostumarão<br />
logo.<br />
Essa fala de Kurita ocultava qualquer conotação de<br />
difilculdade. Disse ainda:<br />
- Durante os intevalos nos trabalhos do cafezal, podem<br />
cultivar arroz ou verduras para sua subsistência. É um método<br />
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