Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Ao terminar de ler a última carta de Natsu, Haru devolveu-a<br />
sobre o maço, juntamente com as outras cartas. Cansada da<br />
leitura, tirou os óculos e piscou os olhos por algumas vezes.<br />
- Graças a essas cartas que foram encontradas, pude saber<br />
um pouco da Natsu, que deixamos no Japão. É óbvio que gostaria<br />
de saber dela no período pós-guerra... Queria encontrar com<br />
Natsu e conversar sobre muitas coisas. Mas, se Natsu não quer<br />
me ver, o que posso fazer? Pelo menos pude ver como ela está<br />
e, só por isso, valeu a pena ter vindo para o Japão. Não tenho<br />
mais nada que me prenda aqui.<br />
- A vovó lhe escreveu depois?<br />
- Escrevi o que se passara desde o início da guerra até o seu<br />
término, e enviei quando os serviços postais para o Japão foram<br />
reiniciados. Mas creio que não tenha chegado nas mãos de<br />
Natsu...<br />
- Mesmo o tio de Hokkaido não tinha como entregar as<br />
cartas por não saber o paradeiro da dona Natsu. Quem sabe,<br />
eles as tenham guardado até hoje. Se ela pudesse ler aquelas<br />
cartas, certamente compreenderia seus verdadeiros sentimentos.<br />
Haru riu amargamente. Natsu não recebera as cartas que<br />
deveriam ter chegado enquanto estava na casa do tio. Agora, a<br />
casa de Hokkaido fora demolida, e nenhum vizinho sabia do<br />
paradeiro da família.<br />
-Não há razão para que aquelas cartas ainda existam.<br />
- A senhora não queria passar o resto da sua vida com a<br />
dona Natsu aqui no Japão? Não foi para isso que veio para o<br />
Japão? Vovó, vamos procurar as suas cartas!<br />
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