Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

estão enganados.<br />
Fazendo Yosaku se calar, voltou a descarregar sua raiva<br />
novamente contra Natsu, como se não fosse suficiente:<br />
- Você, também, que azarada! Ter pais e irmãos daquela<br />
laia. Se está com raiva de mim porque lhe falo essas coisas,<br />
está errada. Você tem que ter raiva é dos seus pais e irmãos<br />
que a abandonaram.<br />
Cada palavra de Kane parecia uma ferroada. Natsu<br />
suportava calada, mordendo os lábios. Só tinha que trabalhar.<br />
Finalmente à noite, Natsu conseguira ficar só. Saiu para<br />
o quintal, onde os insetos pareciam concorrer com os seus<br />
cantos e se agachou, com uma tábua sobre as pernas. Começou<br />
a escrever no caderno da escola, que não voltaria a usar, como<br />
papel de carta, escrevendo à luz da lua, porque não podia<br />
utilizar a lamparina, que gastava óleo.<br />
Um cãozinho, que não se sabia de onde estava vindo, se<br />
aproximou dela. Parecia ser um vira-lata. Perambulando por<br />
aquelas redondezas, nada encontraria para saciar a sua fome.<br />
- Você também está com fome? Não tenho nada para lhe<br />
dar. Sinto muito, cãozinho.<br />
Pegou o cãozinho no colo carinhosamente e sentiu uma<br />
sensação reconfortante com o calor do seu corpo. O<br />
cachorrinho encosta a ponta do seu focinho frio em Natsu.<br />
Eles se consolaram mutuamente. Duas crianças carentes, sem<br />
pais.<br />
"Quando vocês voltarem do Brasil, quero criar<br />
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