Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Os gritos de Natsu, que, ofegante, continuava a chamar pela<br />
irmã, transformaram-se em apelos.<br />
-Mana...<br />
O navio lentamente deixou o cais e as serpentinas<br />
coloridas se romperam flutuando nas águas. A distância foi<br />
se abrindo entre Haru e Natsu.<br />
"Avante compatriotas cruzando os oceanos<br />
Para o Brasil, na longíngua América do Sul"<br />
Haru já não conseguia ouvir nem a canção, nem os vivas.<br />
Natsu ficou soluçando no meio da multidão que acenava com<br />
as mãos e desfraldava bandeiras do Japão. A medida em que<br />
o navio se distanciava, as pessoas que se aglomeravam<br />
próximas a Natsu recuavam, como as águas do mar na maré<br />
vazante. Por fim, Natsu ficou solitária na ponta do cais.<br />
A silhueta da menina parecia muito frágil e triste,<br />
despertando sentimentos de compaixão.<br />
- Foi uma despedida realmente dolorosa.<br />
Ao recordar aquela despedida, Haru ainda sentia as<br />
mesmas dores, mesmo decorridos 70 anos.<br />
- Senti que o meu corpo estava sendo rasgado em dois<br />
pedaços. Mesmo depois que o navio se afastou, permaneci<br />
no convés e continuei a olhar para o cais. Na sua extremidade,<br />
podia ver Natsu, parada, sozinha... Aquela imagem ainda<br />
continua gravada na minha memória. Pobrezinha, como deve<br />
ter se sentido triste e insegura! Depois daquilo, ela ainda teve<br />
que ficar sozinha... Ela ficou esperando a avó vir buscá-la,<br />
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