Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Ninguém podia negar a decisão de Chüji, que embora<br />
contrariado, teria de deixar Natsu no Japão. Não havia outra<br />
escolha, ainda que se pensasse no íntimo que era uma atitude<br />
fria do pai. Se chamasse a isso de crime, então, todos os<br />
membros da família Takakura seriam criminosos.<br />
Ficar em Hokkaido tornara-se uma realidade nua e crua.<br />
Até então, Natsu se contivera, mas passou a chorar com voz<br />
abafada, os ombros trêmulos. Shizu a abraçava com toda a<br />
força, mas também não era possível conter as lágrimas.<br />
- Natsu, prometo que vou lhe escrever... Vou contar para<br />
você sobre a nossa vida no Brasil, para você sentir que está lá<br />
com a gente. Eu vou escrever, sempre pensando em você...<br />
Por isso, escreva-me também, Natsu. Prometa. Vou ficar<br />
esperando...<br />
Ainda que Haru tentasse consolá-la com todo afinco,<br />
Natsu apenas chorava nos braços de Shizu.<br />
O coração de Haru parecia sangrar. Apesar de ter<br />
prometido a ela que estariam sempre juntas, em quaisquer<br />
circunstâncias, acabou por trair Natsu.<br />
Todos os pés de cerejeiras da Hospedaria dos Emigrantes<br />
estavam em flor. Até parecia haver uma chuva de pétalas de<br />
cerejeiras. As famílias tiravam fotos para recordação. Haru e<br />
Natsu colocaram seus únicos e melhores vestidos e se<br />
colocaram com os demais familiares em frente à placa onde<br />
estava escrito Centro de Instrução de Emigrantes de Kobe.<br />
Chüji e Yozo também estavam bem trajados, vestindo terno,<br />
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